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Dilma: café amargo? | Maurício Lima / AFP
Dilma: café amargo?| Foto: Maurício Lima / AFP

Petista diz que não sabia das irregularidades

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, rebateu ontem as críticas de seu adversário José Serra (PSDB) que, no domingo, voltou a usar as denúncias de tráfico de influência na Casa Civil para atacar a petista.

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A onda de escândalos envolvendo a ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, braço direito de Dilma Rousseff na pasta quando ela era ministra, ainda não conseguiu impactar a campanha da presidenciável petista. Segundo a pesquisa Ibope, divulgada na última sexta-feira, Dilma mantém a liderança com 51% das intenções de voto, contra 25% do segundo colocado, o tucano José Serra, e 11% de Marina Silva (PV). A explicação para isso é o momento e a forma como essas denúncias apareceram, avalia o doutor em Ciências Políticas e professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG) Malco Camargos.

De acordo com Camargos, o eleitor tende a enxergar com desconfiança denúncias que aparecem quando o processo eleitoral já está encaminhado. "As denúncias têm mais impacto nas eleições quando ocorrem antes do processo. O eleitor tende a desconfiar as denúncias feitas neste momento. Aqueles que são acusados podem sair como vítimas, quando as denúncias acontecem em cima da hora", diz.

Outro fator que pesa contra o impacto das denúncias na eleição é o fato de não haver ainda uma investigação oficial que aponte para a existência dos crimes denunciados. Camargos também pondera que, no momento, ainda não apareceram provas concretas das irregularidades ocorreram e de alguma ligação com Dilma. "A materialidade da denúncia, a capacidade do eleitor observar e constatar que aquilo de fato aconteceu ainda é muito pequena."

Para ele, as denúncias não têm demostrado capacidade de tirar votos de Dilma, só de reforçar a opinião dos eleitores que já eram contrários à petista. O efeito das denúncias na eleição, na avaliação de Camargos, deve ser sentido muito mais pelo PT, que corre o risco de não eleger tantos deputados federais e senadores quanto imaginava. Isso pode causar dificuldades para Dilma no futuro, pois não teria um Congresso tão amigável quanto planejavam os petistas.

Serviço:

A pesquisa Ibope realizou 3.010 entrevistas entre os dias 14 e 16 de setembro. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais, para mais ou para menos. A pesquisa está registrada no TSE sob o número 30271/2010.

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