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“A abstenção nos estados que não têm segundo turno é maior. Mas, em geral, a variação é insuficiente para mudar o resultado. Tivemos 18% de abstenção no primeiro turno. Devemos ter de 20% a 22%", Alberto Carlos de Almeida, cientistsa político, autor do livro A Cabeça do Eleitor e diretor do Instituto Análise | Hedeson Alves / Gazeta do Povo
“A abstenção nos estados que não têm segundo turno é maior. Mas, em geral, a variação é insuficiente para mudar o resultado. Tivemos 18% de abstenção no primeiro turno. Devemos ter de 20% a 22%", Alberto Carlos de Almeida, cientistsa político, autor do livro A Cabeça do Eleitor e diretor do Instituto Análise| Foto: Hedeson Alves / Gazeta do Povo

Maioria diz que vai votar em vez de viajar

Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, realizado a pedido da Gazeta do Povo, mostra que a maioria dos eleitores paranaenses vai votar no domingo, e apenas uma parcela muito pequena pretende viajar. Segundo a pesquisa, 94,8% das pessoas vai comparecer às urnas; 4% dizem que vão viajar e 1,2% diz não saber.

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Sete estados terão feriadão de cinco dias

Os governadores de 21 estados brasileiros seguiram a iniciativa do governo federal e resolveram adiar de hoje para amanhã ou segunda-feira o Dia do Servidor Público.

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  • Entenda a dinâmica eleitoral no gráfico

José Serra (PSDB) tem mais motivos, em tese, para temer a abstenção no segundo turno do que a adversária na disputa presidencial, Dilma Rousseff (PT). A principal preocupação é com o dia da votação, espremido no meio de um feriadão – o Dia do Servidor, celebrado hoje, será ponto facultativo para muitos estados e municípios na próxima segunda-feira, véspera do Dia dos Finados, feriado nacional. Há ainda outro fator que pode favorecer a petista: a mo­­­bilização nos estados que vão definir o governador apenas no segundo turno. Mas, no fim das contas, o impacto sobre o resultado da eleição deve ser bastante reduzido.

Neste ano, somente oito estados e o Distrito Federal vão às urnas para definir o chefe do Executivo regional. Desses nove locais, Dilma venceu em seis no primeiro turno – e ficou em segundo lugar no Distrito Federal, atrás de Marina Silva (PV). São eles: Amapá, Alagoas, Piauí, Goiás, Pará e Paraíba. Em Roraima e Rondônia, Serra venceu no primeiro turno.

Historicamente, a abstenção no Brasil aumenta no segundo turno. Em 2006, na eleição presidencial, ela passou de 16,7% para 19% do eleitorado. A variação foi maior nos estados mais pobres, nas regiões Norte e Nordeste, mas também naqueles onde não havia necessidade de votar a segunda vez para governador (veja mais no infográfico). Nos grandes centros, a abstenção aumentou pouco.

Na ponta do lápis, em 2006 a diferença foi de 2,8 milhões de votos – muito pouco quando se considera o universo de 101,5 milhões de pessoas que votaram no primeiro turno de 2010.

Viagens

Mas o PSDB teme o efeito do feriado, que não ocorreu em 2006. Tanto que a propaganda eleitoral gratuita de Serra faz um apelo aos eleitores, para só viajarem depois de votar. "O maior prejudicado é o Serra. Nos grandes centros urbanos, principalmente em São Paulo, no Paraná e no Rio Grande do Sul, onde ele tem mais votação, muita gente vai viajar", avalia o senador Alvaro Dias (PSDB-PR). Ele pondera que, no Norte e no Nordeste, muita gente deixa de votar em função do transporte, mas ressalta que Dilma não deve ser muito prejudicada.

Para tentar minimizar o efeito do feriado, os governantes aliados de Serra se esforçaram para, ao menos, tentar segurar os funcionários públicos nos seus domicílios eleitorais. A prefeitura de Curitiba, ao contrário do que faz todos os anos, decretou que o recesso será hoje mesmo, quinta-feira, e o ponto será obrigatório amanhã e na segunda-feira, em vez de facultativo. No Paraná e no Rio de Janeiro, os governadores Orlando Pessuti (PMDB) e Sérgio Cabral (PMDB), ambos aliados de Dilma, liberaram os servidores de trabalhar no dia 1.º. O governo de São Paulo, comandado pelo PSDB, adiantou o feriado do Dia do Servidor para 11 de outubro.

Norma antiga

As datas de primeiro e segundo turno foram definidas pela Lei Elei­­­­toral (nº 9.504/97). Para modificações do calendário, é preciso que o Congresso Nacional faça alterações. O senador Alvaro Dias diz que é possível mudar as datas, desde que elas estejam inseridas em uma reforma política mais am­­­pla. "Há coisas muito mais graves e importantes para tratarmos, como o uso da máquina pública em prol de uma candidatura", afirma.

Desde 1997 foram realizados seis pleitos. E apenas em uma ocasião o segundo turno ficou perto do feriado: em 2004, quando a votação foi realizada também no dia 31 de outubro, como desta vez. Mas, como naquele ano foram realizadas eleições para prefeito, com uma dinâmica diferente da presidencial, é difícil fazer comparações. A tendência de aumento no número de abstenções foi observada nas 16 capitais onde houve o pleito de segundo turno. Mas, no geral, a quantidade de eleitores que deixaram de votar foi insuficiente para mudar o resultado das eleições.

Alberto Carlos de Almeida, autor do livro A Cabeça do Eleitor e diretor do Instituto Análise, diz que o efeito também deve ser reduzido no embate entre Dilma e Serra. "A abstenção nos estados que não têm segundo turno é maior. Mas, em geral, a variação é insuficiente para mudar o resultado. Tivemos 18% de abstenção no primeiro turno. Devemos ter de 20% a 22%", observa. Segundo ele, a abstenção deve ter um papel muito reduzido em uma eleição que aponta para uma vantagem de 12 pontos porcentuais de vantagem para a candidata Dilma, segundo o Datafolha.

Serviço:

Segundo o Datafolha divulgado na terça-feira, Dilma Rousseff tem 56% dos votos válidos, contra 44% de José Serra. O levantamento foi feito no dia 26 de outubro, com 4.066 entrevistas em 246 municípios. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número 37.404/2010.

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Interatividade

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