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Coordenadores da campanha de Marina Silva (PV) à Presidência da República acreditam estar diante de uma oportunidade única a 19 dias das eleições. Embora a candidata tenha apresentado um crescimento tímido nas pesquisas de intenção de voto nos últimos dias, eles apostam que há tempo hábil para a candidata levar a decisão para o segundo turno. "Estamos entrando no vácuo do Serra", argumentou o presidente do PV no Rio de Janeiro, Alfredo Sirkis, ao comparar a disputa presidencial a uma corrida de Fórmula 1.

Na pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta terça-feira (14), Marina aparece com 8,9% das intenções de voto. Na última pesquisa, realizada entre 20 e 22 de agosto, ela tinha 8,1%. Serra aparece agora com 26,4% e tinha antes 28,1%, enquanto Dilma subiu: de 46% para 50,5%. Apesar das análises apontarem para a vitória da petista já no dia 3 de outubro, Sirkis acredita que "existe a possibilidade dela pegar um vento forte, passar o Serra e chegar no segundo turno". A estagnação de Marina até o início do mês chegou a provocar boatos entre os colaboradores de que a candidata estaria "jogando a toalha".

O raciocínio na cúpula do PV é que, no clima de animosidade entre Serra e Dilma por conta das recentes denúncias, o eleitor passe a olhar para a candidata verde como uma alternativa real. A pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje mostra que 72,7% dos entrevistados já têm o voto para presidente definido, enquanto 11,2% não e 12,4% podem mudar de candidato. Ainda segundo a CNT/Sensus, Marina é a segunda opção de voto da maioria dos eleitores: 22,4% poderiam votar nela.

Somando os indecisos (9,1%) e a possibilidade dos eleitores de Dilma e Serra mudarem seu voto, os coordenadores do PV começam a acreditar na hipótese dela chegar ao segundo turno. "Tem um índice grande de indecisos e os adversários têm votos passíveis de mudança", avaliou Luciano Zica, da coordenação da campanha.

Para os coordenadores, a classe média e o eleitor mais escolarizado, insatisfeitos com o que chamam de "desmandos do governo e hegemonia do grupo que está no poder", foram os primeiros a considerar viável a candidatura do PV.

Zica diz que, como houve uma mudança de comportamento do tucano - que em princípio tentou associar sua imagem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e depois partiu para o ataque direto durante o episódio do vazamento de dados fiscais de pessoas ligadas a ele -, o eleitor teria passado a desconfiar de Serra. "Essa guerra de acusações é um teatro e o eleitor percebe isso. Daí a Marina ganha com seu traço de seriedade."

Estratégia

A coordenação da campanha verde acredita que a melhor estratégia para polarizar PT e PV num segundo turno é manter o discurso ponderado. "Ela não vai tomar as dores do Serra nem a defesa de Dilma", avisou Zica. Na mesma linha, Sirkis afirma que na reta final da campanha será preciso manter o equilíbrio nas críticas e a política de "não-violência". "Ela fez bem em resistir à agressividade, embora continue sendo firme e ponderada", disse o presidente do PV no Rio.

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