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A Polícia Civil de São Paulo apreendeu 23 declarações de imposto de renda que teriam sido obtidas de maneira ilegal na agência da Receita Federal em Mauá, onde os sigilos de cinco integrantes do PSDB e familiares do presidenciável José Serra foram violados em outubro de 2009.

O material foi apreendido nesta quinta-feira (9) no escritório do contador José Carlos Cano Laris, marido da servidora Ana Maria Rodrigues Caroto Cano, uma das investigadas pela violação dos sigilos na unidade fiscal do ABC paulista.

Os agentes que investigam o vazamento dos dados da filha de Serra, Verônica, e do marido dela, Alexandre Bourgeois, chegaram a Cano depois de receber uma denúncia do aposentado Edson Santos, que disse ter sido procurado pelo contador para assinar um documento que legalizasse a emissão das declarações de imposto de renda.

Segundo o diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Marcos Carneiro Lima, o aposentado disse que denunciou o contador porque acompanhava a repercussão do caso da violação dos sigilos dos tucanos.

Após marcar um ponto de encontro onde assinaria a papelada, o aposentado procurou a delegacia de Mauá e os policiais seguiram com ele até o lugar combinado. Cano foi localizado pelos policiais quando chegava para encontrar o aposentado. Foi o próprio contador que levou os policiais até o escritório onde foram localizadas as declarações.

Depoimentos

Em depoimento, após entregar os papéis, Cano informou que procurou o aposentado a pedido da mulher, Ana Maria, que tinha retirado os dados da unidade da Receita e procurava uma forma de regularizar a obtenção da papelada. A servidora Ana Maria também foi ouvida pelos policiais nesta sexta-feira (10) e disse que as declarações pertenciam a amigos e parentes e haviam sido obtidas com autorização verbal.

Ainda de acordo com o diretor do Demacro, Ana Maria teria dito no depoimento que funcionários da Corregedoria da Receita teriam orientado que ela buscasse essas declarações para justificar os acessos.

Ana Maria negou envolvimento no caso da quebra de sigilos dos tucanos e também negou conhecer os demais envolvidos no caso, o contador Antonio Carlos Atella Ferreira, que acessou os dados fiscais de Verônica Serra com uma procuração falsa, e o office boy Ademir Estevam Cabral, suspeito de ter auxiliado Atella a obter a declaração.

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