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O candidato à Presidência pelo PSDB, José Serra, decidiu partir para o corpo a corpo com os eleitores na tentativa de reverter os números negativos nas pesquisas. Nesta segunda-feira (23), em Sorocaba, ele foi ao encontro das pessoas, distribuiu abraços, sorrisos e ouviu pedidos, sempre acompanhado pela mulher Monica Serra. Na praça Coronel Fernando Prestes, na região central da cidade do interior paulista, Serra deu um pique de 40 metros para escapar do cerco de jornalistas e políticos e se aproximar das pessoas que o aguardavam. Contrariando quem acha que está entregando os pontos, ele disse estar preparado para a maratona final da campanha. Perguntado se estava no páreo, disse: "Estou em muita forma, estou ligeiro."

Serra negou ter mudado o estilo da campanha, conforme teria recomendado a cúpula tucana, reunida após a divulgação da pesquisa da Datafolha, no sábado, que mostrou a candidata do PT, Dilma Rousseff, com vantagem de 17 pontos porcentuais. "Nem sabia que teve a reunião, mas isso não é um problema." Os assessores e o candidato ao governo paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), mal conseguiam acompanhá-lo: numa única quadra, no Bulevar Braguinha, ele entrou em oito lojas.

Numa delas, elogiou a beleza da proprietária Silvana Pessini. Do outro lado, os funcionários se aguçavam: "Aqui, Serra!" Numa farmácia, quis saber sobre a venda de remédios genéricos, uma de suas marcas de campanha. No Bulevar Barão do Rio Branco, Serra entrou em lojas populares, tirou fotos, pediu água e em seguida deu outro pique. Aos que se admiravam, contou que dias atrás saltou numa cama elástica, em Manaus (AM). "Maior demonstração de forma física é impossível."

Serra não quis comentar a falta de recursos para a campanha. "Não vou entrar no tititi", disse. Em vários momentos, o tucano criticou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT. Ao anunciar a construção de um centro para tratamento de dependentes químicos em Sorocaba, caso eleito, disse que o governo federal não age adequadamente no combate ao tráfico de drogas nas fronteiras.

Perguntado se haveria necessidade de frear a economia para evitar a inflação, o candidato afirmou que não acredita que seja preciso um freio. "Eu não faria isso, mas é possível que o PT faça, pois sempre dizem uma coisa e fazem outra." Depois, ao falar de pedágios, atacou novamente o governo federal: "Os pedágios federais são inclusive uma fraude, pois não fizeram investimentos e temos rodovias da morte em todo o Brasil. Em São Paulo isso não acontece."

Habitação

Na zona oeste, em visita a um núcleo habitacional para pessoas retiradas de áreas de risco, Serra disse que um dos principais problemas do Brasil é casa para quem ganha até três salários mínimos. Ele considerou um modelo o núcleo de 272 apartamentos construído pelo governo estadual. "É uma experiência que vamos levar para o Brasil inteiro. Casas boas, com segurança, com bom acabamento. Dá para estender isso aqui para o Brasil inteiro."

Ao ouvir uma menção sobre o programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, o tucano afirmou que o governo do estado apoia o programa com "muita terra e muito dinheiro". Atribuiu também ao governo do PSDB a instalação das fábricas da Fiat-New Holland e da Toyota para Sorocaba.

Serra disse que o déficit habitacional no país é de milhões e prometeu concentrar a construção para quem ganha até três salários mínimos. Ao ser indagando qual era a meta, disse que não ia estimar quanto dá para construir. E alfinetou o governo Lula: "Você veja que anunciaram um milhão de casas até este ano, não fizeram nem um quinto disto."

Bolsa-Família

Ele votou a dizer que vai manter programas como o Bolsa-Família e negou-se a comentar a afirmação do presidente Lula de que todo mundo sabe que ele tem um lado, numa referência ao uso de seu nome na propaganda política do PSDB. Sobre a cobrança para que seus aliados apareçam mais na campanha, Serra disse que é bobagem. "Não há tal coisa."

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