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Trabalhadores

Formiguinhas e amigos reforçam pedidos de voto

Outra característica da campanha de candidatos nanicos é o voluntariado. Poucas pessoas são pagas para fazer serviços de assessoria, por exemplo. Essas pessoas acabam adequando horários de trabalho para ajudar. Nesse ramo, vale principalmente a afinidade com o partido ou a proximidade com o candidato.

A agente comunitária de saúde Elza de Oliveira mora há 32 anos no Sítio Cercado e ajuda Wagner Tauscheck (PSOL), divulgando a candidatura na região. "No momento estou sem trabalhar por motivos de saúde e ajudo porque conheço o Wagner desde criança", conta.

Seja com entrega de panfletos informativos ou segurando placas e bandeiras em locais estratégicos, os serviços para candidatos podem render dinheiro para muitas pessoas. Segundo Manhanelli, esses trabalhadores geralmente recebem um treinamento dado pela assessoria do candidato, para saber as melhoras formas de abordar a população. "Essas pessoas são orientadas a argumentar o voto, não somente entregar material. Se houver reação contrária do eleitor, aí sim, apenas distribuem os panfletos", afirma.

O trabalhador autônomo Cláudio Drechsler trabalha em campanha pela quinta vez. Ele segura a bandeira do prefeito Luciano Ducci (PSB) no centro de Curitiba das 13h às 19h. Drechsler afirma que considera as ideias do concorrente para quem decide trabalhar. "Geralmente trabalho para os mais conhecidos e com propostas melhores. Já participei de campanhas do Beto Richa e Osmar Dias", conta. Drechsler recebe R$ 50 reais por dia, em pagamentos quinzenais. Alimentação e transporte estão incluídos no valor e, por enquanto, o partido não ofereceu protetor solar.

Para fazer com que as propostas e informações sobre um candidato alcancem os eleitores da melhor forma possível, uma equipe precisa ser mobilizada. E a peça-chave na organização dessa equipe é o comitê eleitoral. Esses núcleos centralizam as atividades partidárias e organizam o material informativo que chega à população, como panfletos, santinhos e jornais. Além disso, gerenciam o trabalho das 'formiguinhas', pessoas que ficam em regiões movimentadas da cidade com cartazes ou bandeiras de um candidato. Em Curitiba, há aproximadamente 59 comitês oficiais, e cada concorrente tem estratégias diferentes para divulgar sua candidatura. Ao todo são 1269 pessoas trabalhando em prol dos concorrentes.

Para Carlos Manhanelli, presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos, existem dois tipos de comitês: os eleitorais, que atendem a críticas, pedidos e sugestões da comunidade; e os administrativos, que organizam a campanha e distribuem material de divulgação. A instalação dessas sedes busca atingir o maior número de pessoas, mas depende dos recursos e planejamento. "Normalmente ficam nos bairros mais populosos e um no centro da cidade", diz.

Os candidatos curitibanos à prefeitura utilizam meios diversificados. Ratinho Júnior (PSC) tem alguns comitês setoriais que trabalham com temas específicos, como educação e saúde. Rafael Greca (PMDB) optou por apenas uma sede fixa e oito comitês móveis, que já visitaram aproximadamente 15 bairros.

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), assim como outros partidos de candidatos nanicos, tem apenas um comitê em Curitiba, e a equipe é formada basicamente por voluntários. César Fernandes, que integra a coordenação-geral da campanha do candidato Bruno Meirinho (PSOL), lista os lugares onde o trabalho é mais forte. "Entregamos panfletos nos bairros, no centro e próximo às residências e locais de trabalho de vereadores, além de centros acadêmicos, sindicatos e associações de moradores", conta.

Wagner Tauscheck (PSOL) concorre a uma vaga na Câmara de Vereadores e faz panfletagens três vezes por semana. Ele explica que a campanha tem uma divisão temática e regional. "Cada candidato visita comércio e comunidade no bairro onde mora e nos grupos onde já atua. No último final de semana, caminhamos 50 quilômetros", diz. Até agora, cerca de 50 bairros já receberam militantes do partido, e a intenção é atingir todos até o final da campanha.

Organização

A preparação de um local para concentrar a divulgação das candidaturas precisa seguir pesquisas prévias, e o concorrente deve estar atento às estratégias eficientes para o público que pretende atingir, como explica o empresário Carlos Roberto da Silva, responsável por uma empresa que presta consultoria para campanhas políticas. "É preciso considerar o porte da cidade, o perfil da campanha e do candidato", diz.

Em cidades de pequeno porte, os comitês administrativos funcionam como uma microempresa, que concentra todas as atividades na mesma sede. "Nas cidades grandes, a logística pode ser dividida em mais unidades. Para atingir maior público, a tendência é se dividir em subcomitês", afirma.

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