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Para Aécio, governo Dilma perdeu a chance de entregar um país melhor | Bruno Alencastro/ FolhaPress
Para Aécio, governo Dilma perdeu a chance de entregar um país melhor| Foto: Bruno Alencastro/ FolhaPress

Após ser confirmado no segundo turno contra Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) fez críticas ao governo Dilma e disse que ela perdeu a oportunidade de entregar um país melhor aos brasileiros. Aécio falou no comitê de sua campanha na capital mineira, onde dezenas de apoiadores o aguardavam. Ele saiu do local carregado.

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"É hora de unirmos as forças. A minha candidatura não é mais uma candidatura de um partido político, de um conjunto de alianças. É um sentimento mais puro de todos os brasileiros que ainda têm a capacidade de se indignar e principalmente de sonhar. Portanto vamos acreditar que é possível dar ao Brasil um governo que una decência e eficiência", disse o candidato em entrevista após a divulgação do resultado ontem.

Ex-governador de Minas e senador pelo estado, ele se manteve em segundo lugar na disputa até que o ex-governador Eduardo Campos (PE), então candidato do PSB à Presidência, morreu em um acidente aéreo em 13 de agosto. A tragédia trouxe à cena a ex-senadora Marina Silva, que assumiu a candidatura, despontou nas pesquisas e isolou Aécio na terceira colocação até a semana passada.

O cenário fez que ele tivesse que lidar com defecções em sua coligação e projeções constrangedoras de um segundo turno entre Dilma e Marina, a cerca de um mês da eleição. Irritado, Aécio o tucano chamou as projeções de "burrice" e disse aos aliados que voltaria a crescer a partir do dia 15 de setembro. Pediu "sangue frio" e "serenidade" aos apoiadores. Extremamente pragmático e calculista, montou um cronograma na cabeça: na última semana da campanha, empataria com Marina "na casa dos 23%".

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Aécio leva herança política do avô para dentro da campanha

Reuters

O senador mineiro Aécio Neves resistiu às reviravoltas de uma disputa presidencial sem precedentes e conseguiu se manter como uma das principais estrelas do PSDB ao chegar ao segundo turno. Visto por aliados como gestor eficiente e por adversários como "playboy" e censor da imprensa mineira, Aécio sobreviveu ao que ele mesmo classificou como "uma nova eleição" no meio da campanha.

Apontado como futuro candidato do PSDB ao Planalto desde que ganhou destaque nacional como presidente da Câmara dos Deputados em 2001, Aécio lembrou na campanha a herança política do avô Tancredo Neves e agora terá de recorrer ao perfil conciliador do avô para tentar trazer para sua campanha o apoio de Marina Silva, candidata do PSB, que ficou fora do segundo turno.

Aécio começou a trilhar sua candidatura quando ganhou notoriedade em 2001 como presidente da Câmara dos Deputados e reforçou esse caminho ao fazer dois governos bem avaliados em Minas Gerais. Aos 54 anos, finalmente chegou à posição de candidato à Presidência da República. Mas um fato inédito em disputas presidenciais no Brasil – a morte do então candidato do PSB, Eduardo Campos, e sua substituição por Marina Silva – ameaçou frustrar os planos do tucano.

Aécio governou Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do Brasil, por dois mandatos, assumindo em 2003 e deixando o cargo em 2010 com altíssimos índices de popularidade, para disputar uma vaga no Senado. Com a marca do "choque de gestão", programa pelo qual enxugou a máquina pública, Aécio buscou o carimbo de gestor eficiente, que também procurou propalar na disputa presidencial.

Mas, em seu estado, nem todos parecem concordar com esta marca. "Indicadores colocam Minas Gerais com os maiores índices de desigualdade no país", disse a cientista política da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Helcimara de Souza Telles. Críticos do senador mineiro afirmam ainda que ele estabeleceu uma "censura" na imprensa do estado, eliminando os espaços para opositores.

Integrante da terceira geração de uma família de políticos – além de Tancredo, o outro avô, Tristão Cunha, era político, assim como o pai, Aécio Cunha – Aécio é elogiado por sua capacidade de articulação, que o colocou à frente de uma aliança improvável na eleição de 2008, quando PT e PSDB se uniram para eleger Márcio Lacerda (PSB), prefeito de Belo Horizonte.

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