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Para chamar a atenção dos eleitores e se destacar em meio à multidão de nomes, números e siglas, muitos candidatos apostam em apelidos criativos para concorrer nas eleições. No Paraná, a disputa por uma cadeira de deputado federal é de cerca de 10 candidatos por vaga. Para a Assembleia Legislativa do Paraná a disputa é ainda maior, com mais de 15 candidatos por cadeira. Então vale tudo para ser lembrado na hora do voto. A reportagem da Gazeta do Povo selecionou alguns dos nomes mais curiosos entre os 1.138 registros de candidaturas no Paraná.

INFOGRÁFICO: Veja algumas ilustrações

Na categoria "celebridades" e personagens famosos, o Paraná está bem representado no pleito de 2014 com os candidatos Obama de Colombo (PV), Cazuza (Pros), Cascão (PHS), Mestre Drácula (PSDC) e Clark Crente (PSC). Já Amaral Ghostbusters (PPS) se inspirou no filme Caça-Fantasmas, sucesso nos anos 1980.

Vindos diretamente do zoológico, há dois "Tigrão" (um do PV, que disputa a Câmara Federal; e outro do PSDC, que concorre à Assembleia Legislativa), Pardal do Ovo (PMN), Cobra Repórter (PSC), Leão Brasil (PSDC), Baratinha (PEN) e Macaco Tião Maria (PHS). Detalhe: esse último é uma candidata mulher. Há ainda os concorrentes cujos nomes de urna não se enquadram em qualquer tipo de critério, tais como Branco do Perfume e do Enxoval (PSC), Boca Aberta (PSC), Baganha (PEN) e Fenemê (SD).

Efeito Tiririca

Para a cientista política Maria do Socorro Braga, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a aposta nos nomes engraçados e diferentes tem duas explicações. A primeira é justamente a tentativa de se diferenciar entre tantos concorrentes. "Quanto mais chamar a atenção ou ser mais popular, mais votos podem ser conquistados. É isso o que o candidato pensa e o partido também ao aceitar esses nomes curiosos. A ideia é que eles ajudem a superar as barreiras do coeficiente eleitoral", afirma a professora.

Outro fator pode estar relacionado à fase que o Brasil vive em relação à política. "Quanto pior a avaliação da instituição, maior a tentativa dos partidos em terem candidatos mais populares", diz Maria do Socorro.

Casos de sucesso como o do palhaço Tiririca – eleito como deputado federal por São Paulo em 2010 com 1,35 milhão de votos – também servem de inspiração para os concorrentes apostarem no humor. "O Tiririca começou a campanha de uma forma bastante engraçada. Era a estratégia cômica para atrair eleitores, inclusive usando bordões que tiravam sarro do Congresso. A sátira crítica atrai eleitores de todas as classes", diz a cientista. Mas, segundo ela, parte desses votos vem como um protesto às instituições: "Reflete a angústia do eleitor em relação a alguns posicionamentos políticos".

Colaborou Paulo Galvez da Silva, especial para a Gazeta do Povo

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