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Grandes filas puderam ser vistas em algumas seções, principalmente por problemas na identificação da digital dos eleitores | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Grandes filas puderam ser vistas em algumas seções, principalmente por problemas na identificação da digital dos eleitores| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
  • Identificação biométrica prejudicou velocidade da votação
  • Santinhos espalhados em frente ao Colégio São José, no Abranches, em Curitiba
  • Suspeito de boca de urna é preso em Ribeirão Preto: crime levou a 749 detenções

Eleitores que utilizaram o sistema biométrico relataram problemas com a identificação, o que causou atrasos e grandes filas durante o período eleitoral em todo o país. No Paraná, o próprio presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TER-PR), Edson Vidal Pinto, precisou de seis tentativas para votar. Em Londrina e Maringá, no Norte do Estado, a espera em algumas seções chegou a 1h30. No total, 764 cidades (destas, 15 capitais) utilizaram o sistema de biometria, totalizando quase 22 milhões de eleitores.

Na capital paranaense, duas eleitoras chegaram aos locais de votação, entregaram o título de eleitor aos mesários mas, quando o registro de cada uma foi inserido no sistema, foi acusado que elas já haviam votado – ambas, no entanto, disseram que ainda não tinham comparecido aos seus respectivos locais de votação. O mesmo foi registrado no Espírito Santo. A Justiça Eleitoral trata o caso como falha humana no reconhecimento do número do título de eleitor na mesa de votação.

Em Londrina e Maringá o principal problema foi na coleta da digital do eleitor. Em consequência da demora, grandes filas se formaram e a espera chegou a até 1h30 nas duas cidades. A estudante maringaense Ana Maria Lorena Carvalho, 22 anos, foi uma das eleitoras que não conseguiram ter a digital colhida. "A mudança foi feita para garantir mais segurança e agilizar o processo. Segurança pode ter, mas eficiência ficou devendo", disse.

Brasil

No Distrito Federal ocorreu o problema mais grave por causa do uso das urnas com voto biométrico. O Tribunal Regional Eleitoral – DF chegou a anunciar que a votação poderia se estender até as 19 horas, mas depois anunciou que as filas terminaram por volta das 18h30. Uma hora e meia depois do término oficial da votação. Os atrasos também foram relatados no Rio de Janeiro, Piauí, Ceará, Paraíba e no interior de São Paulo.

Voto biométrico

O sistema é programado para fazer oito tentativas de reconhecimento da digital pelo voto biométrico. Alguns mesários utilizaram lenços de papel umedecidos para ter o reconhecimento da digital, mas em alguns casos nem assim foi possível. Nestes episódios, a identificação das pessoas foi feita pelo número do título e os eleitores precisaram assinar a folha de votação.

No Paraná, 419 urnas foram substituídas

O Paraná teve 419 urnas eletrônicas substituídas por causa de problemas técnicos na eleição de ontem, segundo balanço divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em todo o país 5.012 urnas precisaram ser trocadas, o que representa 1,12% do total das 494,9 mil máquinas espalhadas pelo Brasil. Em uma seção no Espírito Santo e em outra no Rio Grande do Norte, foi necessária a utilização de votação manual. "Essas ocorrências estão dentro de um padrão de normalidade, dentro de estatísticas históricas no nosso país, então, nada de anormal, nada de excepcional", avaliou o presidente do TSE, Dias Toffoli.

O estado do Rio de Janeiro foi o que teve o maior número de substituições, 712, seguido de São Paulo, com 540. O Acre foi o estado que teve o menor número de trocas, com um total de 16 equipamentos.

Segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, das urnas substituídas no Paraná, 26 foram em Curitiba. Tiveram substituições também Colombo, Paranaguá, São José dos Pinhais, Londrina, Piraquara e Foz do Iguaçu. O total de máquinas utilizadas na votação paranaense foi de pouco mais de 25 mil.

Na cidade de Santo Antônio, no Rio Grande do Norte, que fica a 83 quilômetros de Natal, uma seção adotou a cédula de papel após apresentar problemas técnicos durante toda a tarde de ontem. A decisão, tomada por um mesário, foi criticada por Toffoli. Segundo ele, a troca foi um erro de procedimento porque o mesário poderia ter pedido a substituição da urna. Uma seção na cidade de Jaguaré, no norte do Espírito Santo, também não teve voto eletrônico e a urna foi substituída por cédulas de papel.

Oitenta candidatos são presos por cometer crime eleitoral

Oitenta candidatos foram presos em todo o país por irregularidades durante as eleições. No balanço divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral, foram registradas 3.091 ocorrências. Além de candidatos presos, foram detidos 1.129 eleitores.

O Rio de Janeiro era o estado com o maior número de casos (25). No Paraná, quatro foram detidos. Em relação aos eleitores, 394 foram presos no Rio, 131 em Minas Gerais, 87 na Bahia e 61 em Pernambuco. O principal motivo que levou candidatos à prisão foi a boca de urna, com 41 registros. Outros 12 foram presos por transporte ilegal de eleitores e nove por compra de votos. Em relação aos eleitores, a boca de urna responde por 749 detenções, a divulgação de propaganda, que é proibida no dia da eleição, encarcerou 108 pessoas.

Tapa na cara

Em Alagoas, a Polícia Militar realizou buscas para localizar o coronel da reserva Marcos Antônio Brito, candidato ao Senado pelo PEN, suspeito de agredir uma mulher no local de votação com um tapa no rosto na tarde de ontem. A agressão foi filmada na escola Padre Pinho, em Maceió. O juiz eleitoral Geraldo Amorim determinou a prisão do candidato, conhecido como Coronel Brito. A vítima, Marta Celeste de Oliveira, foi ouvida por promotoras e fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal.

Paraná teve 40 detidos

O balanço final da Polícia Militar aponta 40 prisões por crimes eleitorais em todo o Paraná durante a operação de segurança montada pela Secretaria de Segurança Pública neste domingo. Ao todo, segundo a PM, 94 termos circunstanciados foram assinados por pessoas abordadas por policiais em situação irregular. Os policiais militares realizaram 39 orientações em locais em que foi constatada alguma irregularidade ou suspeita de irregularidade.

Papel do eleitor

Segundo o ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral, a novidade das eleições deste ano foi a postura dos eleitores em relação a candidatos que cometem irregularidades no dia da votação. "O eleitor não tem mais nenhuma tolerância com candidatos de má conduta", afirmou o ministro. De acordo com ele, a notícia recebida das zonas eleitorais é de que os eleitores estavam colaborando na identificação de boca de urna, divulgação de propaganda irregular ou uso de amplificadores e autofalantes.

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