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Trabalho pela segurança no trânsito será foco da nova deputada | César Machado/ Gazeta do Povo
Trabalho pela segurança no trânsito será foco da nova deputada| Foto: César Machado/ Gazeta do Povo

12 é o número de novos deputados que ocuparão gabinetes destinados à representação do Paraná no Congresso Nacional

O Paraná elegeu 12 novatos para a Câmara dos Deputados. Das 30 vagas do estado, 18 são de deputados federais se reelegeram; os demais são principiantes. A taxa de renovação da bancada paranaense foi de 40%. Para especialistas, foi uma "pseudo-renovação", já que apenas duas candidatas (Christiane Yared e Leandre Dal Ponte) não têm histórico político.

INFOGRÁFICO: Confira quem são os eleitos para representar o Paraná na Câmara Federal

Veja o resultado da apuração dos votos de todos os candidatos a deputado federal no Paraná

"A maior parte já ocupou algum cargo político ou já foi eleito em outros cargos. Apenas duas candidatas são ‘ponto fora da curva’", diz Doacir Quadros, cientista política da Uninter. Essa foi a maior taxa de renovação na Câmara dos Deputados desde 1994.

Dentre as novatas está Christiane Yared (PTN), que conseguiu mais do que o dobro de votos que esperava. Ela obteve 200.144 votos – não esperava passar dos 80 mil. "Hoje a sociedade levou o júri popular para as urnas", disse à imprensa enquanto aguardava o fim da apuração, ontem à noite.

Christiane é mãe de Gilmar Rafael Yared, que morreu em 2009 em um acidente de carro. A colisão envolveu o então deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho. A candidatura – que teve custo estimado de R$ 50 mil – tem relação direta com o acidente, já que ela ganhou notoriedade ao organizar campanhas pela redução de acidentes de trânsito.

O trânsito é a principal bandeira da deputada eleita. "Teremos um grupo de deputados estaduais para trabalhar junto comigo com essa bandeira do trânsito, que envolve saúde e educação. Todos os projetos são factíveis, como a ideia de transformar os infratores em educadores."

Ela não define se será oposição ou situação e não tem preferência a nenhum dos candidatos no segundo turno da eleição presidencial. "O que a sociedade reclama é da corrupção e é isso que vamos combater." Sobre a relação com a família Carli, ela diz que agora poderá encará-los de igual para igual, mas isso não significa "bater de frente". "E ainda tenho a sociedade ao meu lado."

Além de Christiane, o Paraná terá outros 12 novatos na Câmara dos Deputados, entre eles o ex-prefeito de Curitiba Luciano Ducci (PSB), o ex-secretário estadual Evandro Roman (PSD) e os deputados estaduais Valdir Rossoni (PSDB), Enio Verri e Toninho Wandscheer, ambos do PT.

Carta fora do baralho

Políticos que já tinham gabinete cativo em Brasília não se reelegeram. Entre eles, André Zacharow (PMDB), Angelo Vanhoni (PT), Reinhold Stephanes (PSD) e Nelson Padovani (PSC). "Isso só mostra que é preciso fazer uma reforma política. Quem ganha é quem investe muito", diz Zacharow, sem descartar uma futura tentativa de voltar. Ele está no final do terceiro mandato e estima ter gastado R$ 300 mil na campanha.

Reeleição tem o maior índice dos últimos pleitos

Dos atuais 22 deputados federais que concorreram à reeleição no Paraná, 18 conquistaram mais um mandato na Câmara dos Deputados (quatro não foram reeleitos e 8 nem disputaram). É uma taxa de reeleição de 81%, maior que a ocorrida nos dois últimos pleitos. Na eleição passada, a taxa foi de 76%, mas o número de deputados que concorria à reeleição era maior, 25.

Conforme explica o cientista político da Uninter Doacir Quadros, os deputados que já exercem mandato têm mais facilidade de se reeleger. "São parlamentares que trabalham de maneira regional e conseguem se eleger através das suas bases", explica o professor.

É o caso do segundo deputado mais votado do estado, Alex Canziani (PTB), que emplacou o quinto mandato, e do deputado federal Hermes Frangão Parcianello, eleito pela sexta vez para a Câmara.

Doacir Quadros reconhece que essas taxas de renovação tendem a se manter estáveis em todos os pleitos e que mesmo os novos parlamentares já têm alguma vivência eleitoral. Em geral, quem entra já disputou ou ocupou outros cargos públicos, o que deixa pouco espaço para o surgimento de rostos sem experiência alguma.

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