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Aécio passa Dilma na corrida presidencial, aponta Paraná Pesquisas | Adriana Spaca/Folhapress
Aécio passa Dilma na corrida presidencial, aponta Paraná Pesquisas| Foto: Adriana Spaca/Folhapress

Lula e FH

Os ex-presidentes devem participar intensamente da próxima etapa da eleição. Lula já disse esperar que a corrupção seja abordada e FH quer conectar o caso Petrobras ao dia a dia do eleitor.

Jovens

Nos debates e programas eleitoras de televisão e rádio, realizados no primeiro turno, ficaram de fora temas importantes para a juventude, como políticas públicas para lazer, cultura e esporte.

As campanhas de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) já se armam para o debate em torno de um tema que consideram inevitável no 2.º turno da disputa presidencial: a corrupção na política. O assunto tem sido pautado nesta eleição principalmente pelas suspeitas envolvendo negócios da Petrobras e a Operação Lava Jato da Polícia Federal.

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A expectativa é de que as delações premiadas do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef, personagens centrais do esquema, levem a novas diligências e revelações, mantendo o caso no noticiário. A campanha de Aécio conta justamente com vazamentos dos depoimentos para atingir a candidatura petista.

O PT tem certeza de que este e outros temas – como a prisão da antiga cúpula do partido no mensalão e as suspeitas sobre um deputado acusado de envolvimento com o crime organizado em São Paulo – serão explorados e já prepara o discurso para evitar que Dilma fique na defensiva logo no início do 2.º turno.

Analistas apostam que o PT deve resgatar supostas fragilidades do governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) e investir na comparação de conquistas no campo social do governo petista. "O PT deve usar mais uma vez a estratégia de se apresentar como partido que é favor dos pobres contra um partido que beneficia ricos, da mesma forma como fez nas últimas três eleições presidenciais", aponta o cientista político Wilson Ferreira da Cunha, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás.

Ainda assim, o chamado mensalão mineiro, envolvendo o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB) e o cartel dos trens, devem ser usados como exemplo de corrupção ocorrida em administrações tucanas.

Ex-presidentes

Os ex-presidentes devem ter participação intensa na próxima etapa da eleição. Neste domingo, pouco antes de votar em uma escola em São Bernardo do Campo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou os adversários ao afirmar que espera que a corrupção seja abordada. "O Aécio já deu uma tônica no 1.º turno. Não sei se é ele que vai (para o 2.º turno), mas ele tem falado muito de corrupção e esse é um tema que a Dilma vai querer debater com o Aécio também. É um tema sempre apaixonante, cheio de diz que diz, muito cheio de insinuações", afirmou.

Quem vocalizou a aposta tucana foi também o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Para ele, é preciso conectar o caso Petrobras ao dia a dia do eleitor. "É preciso que haja certa dramaticidade, como o (ex-deputado) Roberto Jefferson fez no mensalão", afirmou. FHC disse ainda que os tucanos vão rebater a afirmação de Dilma de que foi o seu governo quem puniu os infratores, como se isso a isentasse de culpa. "Há responsáveis (pelo escândalo da Petrobras) e a principal é a presidente da República, porque ela foi ministra de Minas e Energia, presidente do conselho (da estatal), então precisamos cobrar que ela explique.

Pauta

Reformas e temas da juventude ficaram de fora no primeiro turno

Alguns assuntos ganharam pouca ou nenhuma atenção dos candidatos no primeiro turno e, até agora, tudo indica que devem permanecer discretos nas pautas de Dilma e Aécio. A reforma tributária, por exemplo, foi uma bandeira erguida no início da corrida eleitoral principalmente por Eduardo Campos, ex-candidato do PSB, morto num acidente aéreo em 13 de agosto. Após a substituição de sua candidatura por Marina Silva, nenhum dos três principais presidenciáveis dedicou tempo relevante ao tema, seja nos programas de rádio e tevê, internet ou debates. Quando a mencionaram, optaram por não entrar em detalhes sobre o que mudariam.

"Eles fogem do tema das reformas como o diabo foge da cruz. Isso porque há a impressão de que gasto público dá voto, e reformas muitas vezes significam o avesso disso. Tendem a ser impopulares", explica o economista Bernardo Santoro, diretor do Instituto Liberal. Ele cita a reforma trabalhista e previdenciária como dois tabus que ainda têm de ser superados e discutidos.

Temas que tocam diretamente a juventude que foi às ruas nos protestos de junho de 2013 também ficaram em segundo plano. Políticas públicas para lazer, cultura e esporte não apareceram entre as prioridades dos candidatos.

Nesta sexta-feira, o representante do Unicef no Brasil, Gary Stahl, chegou a expressar preocupação com a ausência de propostas voltadas à diminuição da mortalidade de adolescentes vítimas de violência. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo ele disse que o país é um dos líderes no ranking de homicídios de jovens.

Outro tema a passar despercebido foi a relação do estado com os meios de comunicação. A democratização ou regulação da mídia mobiliza principalmente a militância do PT, mas mal foi mencionado pela campanha de Dilma, embora o ex-presidente Lula tenha feito declarações públicas sobre a definição de limites na atuação da imprensa, o que é visto como tentativa de censura por profissionais e empresas do setor. O tema ganhou destaque no segundo mandato de Lula, mas não foi levado adiante pela gestão de Dilma.

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