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O governador do Rio, Luiz Fernanda Pezão (PMDB), candidato à reeleição, voltou a atacar o adversário, o senador Marcelo Crivella (PRB), por seu vínculo com a "cúpula" da Igreja Universal. Ele acusou o rival, durante debate nesta terça-feira (14) na rádio CBN, de ser "testa de ferro" da denominação.

Os ataques, contudo, partiram dessa vez de suspeitas de crime financeiro que recaíram contra a Igreja Universal, da qual Crivella é bispo licenciado e sobrinho do líder Edir Macedo. As críticas à cúpula da denominação foram combinadas com a atuação de Crivella no Senado e na Secretaria Especial da Pesca.

Em tom defensivo, o candidato do PRB afirmou que é atacado em razão de sua religião. E disse que irá processar o governador por calúnia.

"A única coisa que o Pezão tem a me acusar é a igreja a que pertenço. Todos nós temos liberdade religiosa. Cada um escolhe a sua e isso não é crime. Ele faz acusações injuriosas, pesadas e vai responder na Justiça por isso", afirmou o senador.

Pezão questionou Crivella por ter mantido as empresas Investholding nas Ilhas Cayman, um paraíso fiscal, e Cable Invest, em New Jersey. O MPF (Ministério Público Federal) investigou supostos crimes contra o sistema financeiro e evasão de divisas através delas, mas o STF (Supremo Tribunal Federal) arquivou o caso.

"Sou ficha limpa igual a você. Minha fonte de renda está declarada no imposto de renda. Minha aliança foi amplamente discutida [no primeiro turno], quero discutir a sua aliança agora", disse Pezão.

Crivella manteve a tática de colar os ataques a um suposto "medo" de Pezão em perder a eleição. E aproveitou para apontar "influência" do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) na orientação para os ataques.

"O seu desespero... Aliás, não é você. Eu te conheço e não é da sua índole, não é da vocação do povo de Piraí ficar com essas injúrias. Isso é coisa do Cabral que fica influenciando você a tentar a ganhar as eleições com injúrias", disse Crivella.

Mantendo os ataques na linha empresarial, Pezão o questionou sobre como conseguiu comprar uma emissora de TV em Franca com o salário de engenheiro do Estado. "Com o salário de diretor da Emop, você comprou uma TV em Franca. Como conseguiu comprar com o salário uma TV?"

"Essas emissoras foram compradas porque interessavam à igreja e ela confiava em seus pastores e fez empréstimos. Mas depois os empréstimos foram pagos, e essa TV não é minha há 20 anos", afirmou Crivella.

O MPF em 1997 Crivella e o líder da Iurd, bispo Edir Macedo, foram acusados de serem "testa de ferro" da igreja para adquirir afiliadas da TV Record em Franca (SP) e Rio Preto (SP). Eles foram absolvidos em segunda instância.

Apesar disso, o peemedebista manteve as críticas. E sugeriu que Crivella atende aos interesses da igreja, e não dos eleitores fluminenses.

"Quem afirma é um juiz da Justiça. Você é testa de ferro do bispo Macedo. O Cabral foi eleito, trabalhou e não responde a nenhum processo. O que você entregou e trabalhou para o povo do Rio?"

Os ataques à igreja têm preocupado lideranças do PMDB, que temem afastar o eleitorado evangélico. Em reunião na noite desta segunda-feira (13), ficou decidido que o tom dos ataques à Universal seria alterado. Pezão manteve críticas pesadas, mas focou nas denúncias de crime financeiro da igreja.

O candidato do PRB, por sua vez, buscou colar a imagem de um governo corrupto na gestão de Cabral, aliado de Pezão. Ao responder como reduziria o número de casos de corrupção policial, Crivella respondeu: "Enquanto tivermos um governador envolvido em escândalos, gangue do guardanapo, gangue da Petrobras, não há como manter a disciplina."

Ao que Pezão respondeu: "Escândalo quem tem é a cúpula da Universal, Crivella."

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