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Preço da passagem de ônibus será tema central na campanha para prefeito de Curitiba. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Preço da passagem de ônibus será tema central na campanha para prefeito de Curitiba.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O cruzamento das datas em que houve reajustes na tarifa do transporte com as de eleições municipais mostra que todos os prefeitos que administraram Curitiba desde julho de 1994 buscam evitar que os aumentos estejam frescos na memória dos eleitores na hora de votar.

Desde o Plano Real, nunca houve aumento de ônibus a menos de seis meses de uma eleição municipal – o mais recente foi determinado pelo candidato à reeleição Gustavo Fruet (PDT) em 1º de fevereiro passado, oito meses antes do encontro dos eleitores com a urna.

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‘Medalhistas’ em reajustes, Fruet e Greca enfrentam fantasma da tarifa do ônibus

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Por outro lado, o eleitor curitibano já recebeu a notícia de que teria que pagar mais pela passagem apenas 28 dias após votar num novo prefeito.

Rafael Greca (prefeito pelo PDT, candidato em 2016 pelo PMN) e Beto Richa (PSDB) – agora aliados contra a reeleição de Fruet – deixaram a tarifa sem aumento por mais de um ano antes das eleições municipais. Greca a segurou por 14 meses entre 1995 e 96. Já o atual governador a manteve inalterada por 19 meses entre 2007 e 2008.

Nos dois casos, o reajuste viria logo após o fechamento das urnas. Greca decretou aumento apenas 28 dias depois do então aliado Cassio Taniguchi (DEM) ser eleito em primeiro turno para sucedê-lo. Já Richa determinou aumento 97 dias após ser reeleito com votação maciça no fim de 2008 – o decreto foi assinado dez dias após o tucano tomar posse para o segundo mandato.

Tratam-se dos dois maiores aumentos da série histórica de reajustes da tarifa desde o Real, em termos percentuais – 18,18% e 15,79%, respectivamente.

Em média, Fruet, Luciano Ducci (PSB), Richa, Taniguchi e Greca deram mais de 16 meses de intervalo entre o último aumento do ônibus antes e as eleições municipais seguintes. Passada a hora do voto, o reajuste seguinte levou nove meses, na média.

Data-base

Um elemento é fundamental para o reajuste das tarifas: a data-base em que motoristas e cobradores negociam reajustes salariais com seus patrões. Até 1997, ela ocorria em novembro. Em 1998, porém, foi transferida para fevereiro de 1999, mês em que se mantém até hoje.

Em outubro daquele ano, o padrinho político do então prefeito Cassio Taniguchi (DEM), Jaime Lerner (à época no PFL, atual DEM) disputava a reeleição ao governo do estado – que venceria no primeiro turno, com pouco mais de 52% dos votos válidos. Com a mudança na data-base, 1998 foi o único ano da administração Taniguchi sem aumentos na tarifa – o reajuste só viria em abril de 1999.

Cabe, ainda, lembrar que o único aumento decretado a menos de seis meses de uma sucessão municipal – por Cassio Taniguchi em abril de 2004 – teria pouca relevância na campanha eleitoral. O democrata vivia o fim de seu segundo mandato desgastado por denúncias de caixa dois na campanha de reeleição. Richa, seu vice, era candidato, mas os dois haviam rompido meses antes após o tucano cassar reajuste na tarifa determinado por Taniguchi.

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