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CPI do Cachoeira

Em defesa de Perillo, PSDB sai para o ataque

Cúpula tucana acusa PT, Polícia Federal e governo Dilma de direcionarem investigações contra o governador de Goiás com o objetivo de desviar o foco do julgamento do mensalão

Anthony Garotinho (ao microfone) precisou de um carrinho para carregar os 68 quilos de documentos entregues à CPI | Ailton deFreitas/Ag. O Globo
Anthony Garotinho (ao microfone) precisou de um carrinho para carregar os 68 quilos de documentos entregues à CPI (Foto: Ailton deFreitas/Ag. O Globo)

Um dia depois de praticamente abrir mão de sair em defesa do governador de Goiás, o tucano Marconi Perillo, a cúpula do PSDB fez ontem a mais enfática defesa pública do governador, que é suspeito de envolvimento com Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Em entrevista coletiva, os tucanos acusaram os integrantes do PT na CPI do Cachoeira, a Polícia Federal e o governo Dilma Rousseff de direcionarem as investigações para atacar Perillo. Para o PSDB, o objetivo é desviar o foco do julgamento do mensalão, que começará a ser apreciado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no início de agosto.

"Essa história de ficar atirando no Marconi de manhã, de tarde, de noite, é uma fraude", disse o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE). "Há uma nítida trama de desviar o foco do julgamento que se aproxima, o julgamento do mensalão", reforçou o líder do partido na Câmara, Bruno Araújo (PE). "Querem requentar fatos, reconvocar pessoas, ganhar tempo e evitar que a CPI chegue no âmago do esquema de corrupção centralizado por Cachoeira com a Delta", afirmou o líder tucano do Senado, Alvaro Dias (PR).

Para os tucanos, o PT está à frente de um movimento realizado para fazer "espuma" em cima de Perillo, com o objetivo de rivalizar com o mensalão, melhorar o desempenho do partido nas eleições municipais e não investigar a fundo as suspeitas de irregularidades da Delta, empreiteira ligada a Cachoeira, nos contratos com o governo federal. De acordo com o PSDB, a ação contaria com o respaldo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do ex-ministro José Dirceu, que será julgado no caso do mensalão, e até da presidente Dilma. Foram feitas também críticas nominais ao vice-presidente da CPI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), e ao relator da comissão, Odair Cunha (PT-MG), que já sinalizaram apoio ao indiciamento de Perillo ao fim das investigações.

Coube ao deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), integrante da CPI, detalhar a defesa apresentada por Perillo sobre o suposto "compromisso". Ele mostrou dados indicando que os repasses do governo goiano para a Delta tiveram regularidade durante todo o ano passado. A polícia sustentou que três repasses foram condicionados ao pagamento, com recursos da empreiteira, da casa de Perillo supostamente comprada por Cachoeira.

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