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São Paulo - Empreiteiras e bancos foram os maiores financiadores de campanhas eleitorais neste ano. As construtoras de obras contribuíram com R$ 233 milhões para candidatos e partidos de todo o país. Já as instituições bancárias doaram pelo menos R$ 109 milhões.

Essa quantia doada, porém, deve crescer quando forem conhecidas as prestações de contas finais de Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) e as dos candidatos a governador que disputaram o segundo turno. Pela lei, quem concorreu no segundo turno só precisa apresentar o balanço fechado da campanha no início de dezembro. Já quem disputou só o primeiro turno teve de entregar as contas finais da eleição no início deste mês.

Três principais

Só as três principais empreiteiras do país, que detêm o maior volume de contratos de obras públicas, doaram quase R$ 111 milhões a partidos e candidatos – metade do total repassado em todo o país por todas as construtoras que fizeram doações eleitorais.

Registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que a Camargo Corrêa é a campeã de doações – repassou R$ 50 milhões a políticos. A Queiroz Galvão, outra gigante da construção civil, fez aportes que somaram R$ 46 milhões. A OAS liberou R$ 14,94 milhões.

Os R$ 111 milhões foram transferidos para o caixa de campanha de candidatos que concorreram a cargos em Assembleias estaduais, Câmara e Senado. Também foram contemplados políticos que disputaram governos dos estados e a Presidência da República.

Além da Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e OAS, constam da relação de grandes financiadoras de campanha as construtoras Andrade Gutierrez, Carioca, Christiani-Nielsen, Constran, Carioca, Mendes Júnior e Ode­­brecht. Juntas, elas tocam o bolo maior das grandes obras públicas.

Bradesco na frente

Já entre os bancos, o Bradesco aparece como o líder no ranking de doações eleitorais: foram R$ 45 milhões – total que inclui contribuições de outras duas empresas do grupo, o Bankpar e o Banco Alvorada.

Em segundo lugar está o BMG, com R$ 29 milhões, mais do que o dobro do terceiro colocado, o Itaú Unibanco, com R$ 14 milhões. O BMG foi investigado no escândalo do mensalão, em 2005, por ter feito empréstimos ao PT e a empresas do publicitário Marcos Valério sem exigir garantias adequadas e observar outras regras do Banco Central.

Os dados parciais das prestações de contas mostram ainda que os bancos fizeram 51% de suas contribuições às direções nacionais e estaduais de partidos. Nesse caso, o dinheiro é redistribuído pelos partidos para o caixa dos candidatos, sem que se possa fazer a conexão de quem doou para quem – são as chamadas doações ocultas, em que é impossível identificar um eventual vínculo entre doador e político. Apenas 32% dos recursos das instituições bancárias foram distribuídos diretamente a candidatos. E os 17% restantes foram doados diretamente a comitês de campanha.

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