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Equipes de batedores da Polícia Federal, responsáveis pela segurança no transporte de presos até a superintendência da PF em Curitiba | Hugo Harada / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Equipes de batedores da Polícia Federal, responsáveis pela segurança no transporte de presos até a superintendência da PF em Curitiba| Foto: Hugo Harada / Agência de Notícias Gazeta do Povo

Veja lista de mandados de prisão

Relação inclui presidentes de empreiteiras e ex-diretor da Petrobras

Clique aqui e veja a relação de nomes com mandado de prisão e de busca e apreeensão

Presos da Lava Jato chegam em Curitiba

Os presos na sétima fase da Operação Lava Jato foram trazidos a Curitiba (PR), onde se concentra toda a investigação. Um avião da Polícia Federal com os detidos pousou no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais na Região Metropolitana de Curitiba, por volta das 21h.

Para fazer a viagem, os detidos em São Paulo foram transportados pela Polícia Federal ao aeroporto de Guarulhos. A van que os levou tinha as janelas tampadas por cortinas. Onze prisioneiros da Operação Lava Jato deixaram a sede da PF em São Paulo, no bairro da Lapa, em direção ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

Já os presos no Rio de Janeiro foram conduzidos à Base Aérea do Galeão, na Ilha do Governador, zona norte do Rio. O transporte foi feito por um veículo da PF escoltado por dois carros com agentes federais.

Em um micro-ônibus, também da PF de São Paulo, seguiu em direção ao aeroporto todo o material apreendido na sede de algumas das principais empreiteiras do país - são computadores, documentos, livros contábeis e outros papéis que interessam à investigação.

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Receita vai cobrar R$ 1 bi de empreiteiras da Lava Jato

O uso de empresas de fachada e outros crimes levará a Receita Federal a cobrar R$ 1 bilhão em impostos não pagos, multas e juros das empreiteiras acusadas na Operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. A estimativa é do coordenador de Pesquisa e Investigação da Receita Federal Gerson Schaan.

Segundo ele, já é possível calcular esse valor com base em provas de ilícitos tributários e aduaneiros já obtidas na Lava Jato. A Receita Federal integra a força tarefa que atua na operação e realizou buscas desta sexta-feira (14)

As empresas envolvidas -- nove ao todo, pertencentes a sete grupos -- têm contratos que somam R$ 59 bilhões com a estatal, considerando o período de 2003 a 2014.

Outras diretorias da Petrobras serão investigadas

Outras diretorias da Petrobras ainda serão investigadas pela operação Lava Jato da Polícia Federal, de acordo com o procurador regional Carlos Fernando Santos Lima. A próxima diretoria investigada deve ser a Internacional, que, de acordo com o depoimento do ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, seria ligada ao PMDB.

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CPMI deve impedir quebra de sigilo de empreiteiras

Mesmo com a deflagração da nova fase da Operação Lava Jato, que levou a prisões de dirigentes das grandes empreiteiras do país, a CPI mista da Petrobras vai evitar eventuais quebras de sigilo bancário e fiscal das empresas e tentará "blindar" as construtoras envolvidas no esquema de corrupção e lavagem de dinheiro em obras da estatal. Hoje, o consenso é de que parlamentares da base aliada e da oposição mantenham o acordo, firmado em maio, para impedir ações contra as empreiteiras e seus dirigentes na próxima terça-feira (18) quando a comissão vai se reunir para votar requerimentos.

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Empreiteiras apresentaram notas e contratos falsos ao juiz Sérgio Moro

O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, concluiu que parte das empreiteiras investigadas entregou notas fiscais falsas e contratos fraudulentos para justificar os repasses às empresas de fachada, comandadas pelo doleiro Alberto Youssef. A conclusão consta na decisão, assinada no dia 10 de novembro, que determinou as prisões executadas nessa sexta.

Após receber as informações sobre os repasses às empreiteiras e empresas subcontratadas pelo doleiro, Moro pediu que as investigadas apresentassem defesa. Segundo o juiz, parte das empresas omitiu os dados ou apresentou documentos falsos para justificar os serviços, que não foram executados. "No mínimo, apresentando a documentação falsa em juízo, deveriam ter esclarecido o seu caráter fraudulento. Jamais poderiam simplesmente apresentar documentos fraudados ao Judiciário, sem desde logo esclarecer a natureza deles. Se as empreiteiras, ainda em uma fase inicial da investigação, não se sentiram constrangidas em apresentar documentos falsos ao Judiciário, forçoso reconhecer que integridade das provas e do restante da instrução encontra-se em risco, sem uma contramedida", disse o juiz.

Na mesma decisão, Moro cita que a Polícia Federal informou que Meire Pozza, ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, foi coagida por um emissário ligado a uma das empreiteiras investigadas. Em depoimento à Comissão Parlamentara Mista de Investigação (CPMI) da Petrobras, Meire disse que emitia notas fiscais falsas em nome das empresas que mantinham relações com Youssef.

O juiz considerou a informação bastante grave, mas disse que o fato ainda precisa ser investigado profundamente. "Os diálogos foram gravados e as tentativas de cooptação e ameaças por um dos emissários, identificado apenas como Edson, são relativamente explícitas, inclusive com referência reprovável a familiar da testemunha. Referida pessoa afirma, na gravação, estar agindo a mando das empreiteiras, e estaria relacionada a advogados que teriam sido contratados pelas empreiteiras, e inclusive se deslocado para Curitiba, segundo a gravação, em avião fretado por uma das empreiteiras", relata o juiz.

Ao decretar a execução da mais explosiva etapa da Operação Lava Jato, Moro recorreu às declarações da presidente reeleita, Dilma Rousseff, e do senador Aécio Neves (PSDB) ainda no calor da campanha eleitoral.

Juiz defende acordos de delação premiada

Sérgio Moro defendeu os acordos de delação premiada firmados com os investigados na Operação Lava Jato. No despacho, Moro disse que "crimes não são cometidos no céu e, em muitos casos, as únicas pessoas que podem servir como testemunhas são igualmente criminosos." Na decisão, o juiz reconheceu que os depoimentos do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa devem ser vistos com precaução pelo fato de os investigados serem acusados de crimes graves. No entanto, Moro afirma que a colaboração é necessária para avançar nas investigações.

"Mesmo vista com reservas, não se pode descartar o valor probatório da colaboração premiada. É instrumento de investigação e de prova válido e eficaz, especialmente para crimes complexos, como crimes de colarinho branco ou praticados por grupos criminosos, devendo apenas serem observadas regras para a sua utilização, como a exigência de prova de corroboração. Sem o recurso à colaboração premiada, vários crimes complexos permaneceriam sem elucidação e prova possível", disse o juiz.

Sérgio Moro defendeu a atuação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal na condução da investigação. Segundo ele, os acusados não foram coagidos a assinar os acordos de delação premiada. "Nunca houve qualquer coação ilegal contra quem quer que seja da parte deste Juízo, do Ministério Público ou da Polícia Federal na assim denominada Operação Lava Jato. As prisões cautelares foram requeridas e decretadas porque presentes os seus pressupostos e fundamentos, boa prova dos crimes e principalmente riscos de reiteração delitiva dados os indícios de atividade criminal grave reiterada e habitual. Jamais se prendeu qualquer pessoa buscando confissão e colaboração", afirmou.

O juiz destacou que a investigação da Operação Lava Jato vai além dos depoimentos testemunhais. Moro cita que foi feito um rastreamento específico dos valores desviados das obras da Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, para contas das empreiteiras. "A prova mais relevante, porém, é a documental. Os depósitos milionários efetuados pelas empreiteiras nas contas controladas por Alberto Youssef constituem prova documental, preexistente às colaborações premiadas, e não estão sujeitas à qualquer manipulação".

Na quarta-feira (12), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, confirmou que mais investigados fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Segundo Janot, três acordos aguardam homologação da Justiça e mais cinco ou seis estão em curso.

Suspeitos já imaginavam que poderiam ser presos e evitavam dormir em casa

A Polícia Federal diz que não foi possível cumprir todos os mandados de prisão da Lava Jato porque alguns suspeitos já imaginavam que poderiam ser alvo da operação e conseguiram escapar. Os policiais estavam de olho há algum tempo observando os suspeitos. Segundo a PF, alguns deles, já imaginando que a nova fase da operação Lava Jato pudesse incluir seus nomes, viajavam frequentemente ao exterior, e passaram a ter o costume de dormir fora de casa. Por isso, alguns foram presos em hotéis nesta sexta.

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A investigação da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná descobriu, na sétima fase da Operação Lava Jato, que as contas bancárias das empresas MO Consultoria e GFD Investimentos, controladas pelo doleiro Alberto Youssef, receberam R$ 90 milhões entre 2009 e 2013. Por meio da quebra de sigilo fiscal, foi identificado que o valor foi depositado pelas empreiteirasMendes Júnior, Engevix, Galvão Engenharia e OAS, cujos dirigentes tiveram prisão decretada pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. A suspeita é que esses R$ 90 milhões possam ser propinas decorrentes de contratos das empreiteiras com a Petrobras e as empresas do doleiro receberiam o dinheiro para dissimular a origem e fazer repasses para políticos. Segundo a investigação, pelo menos sete grandes grupos empresariais mantêm contratos de R$ 59 bilhões atualmente com a estatal.

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As empresas são suspeitas de montar um cartel para ganhar contratos com a estatal com o compromisso de repassar dinheiro para políticos e diretores da Petrobras. Entre os grupos suspeitos e que sofreram mandados de busca e apreensão nesta sexta estão: Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht, UTC, Queiroz Galvão, Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa.

Na operação desta sexta-feira, foram presas 17 pessoas, entre elas o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque, ligado ao PT. Ainda há oito mandados de prisão a ser cumpridos. A maior parte dos mandados é referente a funcionários e executivos de grandes empreiteiras: são 23 casos. Entre os executivos que tiveram a prisão preventiva ou temporária decretada pela Justiça Federal estão presidentes de cinco companhias: da OAS, da Camargo Corrêa Construções, da Iesa Óleo e Gás, da UTC e da Construtora Queiroz Galvão.

Além deles, foram presos ainda dois operadores ligados ao doleiro Alberto Youssef e há um mandado de prisão contra o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano e apontado como outro operador, ainda não encontrado pela polícia. Ao todo, estão sendo cumpridos 25 mandados de prisão, 49 mandados de busca e 9 mandados de condução coercitiva em 7 estados da federação: Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Distrito Federal. A maioria dos trabalhos são feitos pela PF na capital paulista.

No Paraná, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão: um na casa do empresário Valdir Lima Carreiro, presidente da Iesa Óleo & Gás, na região metropolitana de Curitiba, e outro na uma das representações do grupo empresarial no centro da Capital. A PF recolheu documentos e mídias para auxiliar nas investigações. Carreiro também tem um mandado de prisão temporária expedido contra ele, mas o empresário ainda não foi localizado.

A Justiça Federal também determinou o bloqueio de R$ 720 milhões de contas bancárias de 36 suspeitos. Boa parte do dinheiro foi bloqueado das contas de três empresas ligadas a Fernando Baiano e que, segundo a PF, seriam empresas de fachada. De acordo com a PF, as contas das empreiteiras não foram bloqueadas porque as empresas têm muitas obras e isso poderia inclusive prejudicar o pagamento dos trabalhadores. A opção foi por congelar até R$ 20 milhões de cada diretor ou executivo envolvido. Segundo a Polícia Federal informou via Twitter, os envolvidos presos nesta sexta-feira responderão por crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro. Segundo a PF, não há nenhum político entre os suspeitos presos nessa sexta. "Nosso foco agora será a elaboração das denúncias, que devem ser finalizadas até o final da primeira quinzena de dezembro", disse Diogo Castor de Mattos, procurador da República e integrante da força-tarefa do Ministério Público Federal para a Lava Jato.

A PF afirma que a operação dessa sexta-feira é "fruto da análise do material apreendido e dos depoimentos colhidos nas fases anteriores" e que as prisões ainda não têm relação com as delações premiadas feitas por Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa. Porém, os depoimentos que eles deram à Justiça Federal em Curitiba contaram para reunir informações que deflagraram a operação dessa sexta-feira. Os dois personagens centrais da investigação firmaram acordo de delação premiada. Youssef

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