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Olympio: “Quem se recusa a prestar depoimento, arguindo o direito de depor só em juízo, é porque [considera que] aquilo que iria dizer pode incriminá-lo” | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Olympio: “Quem se recusa a prestar depoimento, arguindo o direito de depor só em juízo, é porque [considera que] aquilo que iria dizer pode incriminá-lo”| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

Diretor da AL que ficou calado no dia do depoimento pode ser afastado

"Ningúem está imune, diz Olympio"

Em entrevista ontem ao telejornal Paraná TV 1.ª, da RPC TV, o procurador-geral de Justiça do Paraná, Olympio de Sá Sotto Maior, afirmou que "ninguém está imune às investigações" que estão sendo feitas pelo Ministério Público sobre a série de denúncias de irregularidades envolvendo a Assembleia. "Todos aqueles que praticaram qualquer tipo de ilicitude serão objeto das investigações", declarou, sem citar nomes. Em entrevista publicada na edição de domingo da Gazeta do Povo, Olympio havia dito que, até o momento, não havia elementos para concluir sobre o envolvimento direto da presidência da Assembleia no caso.

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Perguntas sem resposta

Desde o início da publicação da série Diários Secretos, algumas medidas foram anunciadas pela direção da Assembleia Legislativa, mas ainda há muitas questões que não foram esclarecidas. Leia os principais questionamentos

O primeiro escalão administrativo da Assembleia Legislativa do Paraná (AL) deve sofrer a terceira baixa em duas semanas. Ontem, o Ministério Público Estadual (MP) aconselhou o afastamento do diretor de pessoal da Casa, Cláudio Marques da Silva. Além disso, informou que, se a recomendação não for aceita, vai pedir na Justiça a saída de Silva.

A justificativa do MP para pedir o afastamento do diretor é de que, convocado para depoimento à Promotoria de Patrimônio Público, na última sexta-feira, Silva decidiu manter-se calado. "Quem se recusa a prestar depoimento, arguindo o direito de depor só em juízo, é porque [considera que] aquilo que iria dizer pode incriminá-lo", argumentou o procurador-geral de Justiça do Paraná, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, em entrevista ontem ao telejornal Paraná TV 1.ª edição, da RPCTV. Para Olympio, nessa condição, o diretor de pessoal não teria condições de permanecer no cargo.

O procurador-geral prometeu ainda uma postura severa em relação ao caso. "Toda vez que não houver colaboração vamos tomar as medidas administrativas e judiciais necessárias", disse. Olympio reforçou ainda que colaborar com o MP na apuração de denúncias envolvendo a Assembleia não é um favor, é um dever legal do servidor público.

"Se o presidente da Assembleia não afastar espontaneamente o diretor, acolhendo a recomendação do Ministério Público, nós vamos pedir o afastamento [dele] na Justiça", completou. Ontem, em plenário, o presidente do Legislativo, Nelson Justus, preferiu não falar sobre o caso.

Marques da Silva foi procurado pela reportagem para comentar as declarações do procurador-geral, mas não atendeu a imprensa. Ontem à tarde ele estava na diretoria de pessoal e teve uma reunião com o primeiro-secretário da Assembleia, deputado Alexandre Curi (PMDB). O conteúdo da conversa não foi revelado. A secretária do diretor informou que ele havia deixado o prédio por volta das 17 horas, mas às 18 horas o carro de Marques da Silva ainda estava na vaga reservada no estacionamento para o diretor de pessoal.

Marques da Silva é uma das peças centrais da investigação do MP, pois pode ter informações referentes ao pagamento de salários acima do máximo previsto por lei e de funcionários que admitiram nunca ter trabalhado na Casa, por exemplo.

As denúncias envolvendo edição de diários avulsos, atos secretos, salários acima do valor permitido por lei e funcionários fantasmas já levaram ao afastamento do diretor-geral da Assembleia, Abib Miguel, que estava há mais de 20 anos no cargo; e do sócio dele e diretor-administrativo da Casa, José Ary Nassiff. Abib foi substituído pelo advogado Eron Abboud e a direção administrativa passou a ser acumulada pelo diretor financeiro Wilians Romanzini.

Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.

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