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Ophir Cavalcanti e José Lucio Glomb falam sobre O Parana que Queremos e antecipam informações sobre a manifestação programada para as 18h na Boca Maldita | Aniele Nascimento / Agência de Noticias Gazeta do Povo
Ophir Cavalcanti e José Lucio Glomb falam sobre O Parana que Queremos e antecipam informações sobre a manifestação programada para as 18h na Boca Maldita| Foto: Aniele Nascimento / Agência de Noticias Gazeta do Povo

A manifestação do movimento "O Paraná que Queremos", que acontece nesta terça-feira (8) em Curitiba e outras 12 cidades do estado será decisiva para a implantação de mudanças na Assembleia Legislativa do Paraná e representa um "novo grito de independência", avalia o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante, – dessa vez pelo fim da usurpação do poder concedido aos detentores de cargos públicos. "O Paraná dá exemplo de cidadania, de luta pela ética e de engajamento de todos os setores da população por uma sociedade melhor. Esse movimento terá repercussão. O grito de dos paranaenses será ouvido no Brasil, que clama por sua independência ética", espera.

Cavalcante está em Curitiba para reforçar o apoio da OAB nacional ao movimento, que conta com a adesão de 400 empresas e entidades da sociedade civil e cerca de 20 mil pessoas. O movimento é motivado pela série de reportagens Diários Secretos, da Gazeta do Povo e da RPCTV, que denunciou um esquema de desvio de recursos públicos da Assembleia que, segundo estimativa do Ministério Público Estadual, pode ultrapassar R$ 100 milhões.

Durante a manifestação, que em Curitiba será na Boca Maldita, às 18h, vai ser apresentada uma pauta de reivindicações que inclui a aprovação do projeto da "Lei da Transparência", a realização de concurso público para o preenchimento dos cargos do órgão e de uma auditoria externa de sua estrutura do funcionalismo e a fixação de mandatos para as funções de direção.

"Vemos com preocupação a situação do legislativo estadual, mas com otimismo o movimento em que a população vai à rua dar um basta na impunidade e falta de ética. É assim que veremos a pauta política passar a ser definida pela sociedade e não por aqueles que acreditam que o voto libera a corrupção", avaliou Cavalcante, em entrevista coletiva nessa manhã. Para tanto, a pressão popular será fundamental, ainda mais porque a efetivação das reivindicações depende da adesão da própria Assembleia."Esperamos uma presença grande, pois isso significaria mais força para o movimento", completou o presidente da seção paranaense da OAB, José Lúcio Glomb.

Após a manifestação, a pauta será entregue a todos os 54 deputados. Além do projeto da "Lei da Transparência", que prevê a publicação de todos os atos administrativos dos órgãos públicos estaduais no Diário Oficial do Estado e a criação de portais da transparência que devem trazer o nome, a lotação, o cargo e o salário de cada servidor, Cavalcante deu destaque à necessidade de realização de concurso público na Assembleia, o que não ocorre desde 1962. "O estado deve criar uma burocracia técnica, que sirva ao estado, e não ligada a quem está momentaneamente no poder. Essa prática faz das assembleias legislativas cabides de emprego", defendeu.

Se as reivindicações não encontrarem eco no legislativo estadual, ao menos a realização de concurso público pode ser conseguida na Justiça."É uma obrigação do gestor e deve ser garantida por medidas judiciais, quando não acontece. Mas, num primeiro momento, queremos o caminho do convencimento dos deputados de que isso é importante para a própria Casa", pondera o presidente nacional da OAB.

Veja todas as denúncias feitas pelo jornal Gazeta do Povo e pela RPCTV sobre os Diários Secretos da Assembleia Legislativa.

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