• Carregando...
José Janene, em foto em 2002 | Ronaldo Ronan Rufino/Gazeta do Povo/Arquivo
José Janene, em foto em 2002| Foto: Ronaldo Ronan Rufino/Gazeta do Povo/Arquivo

Um dos personagens centrais de escândalos como o “Mensalão” e o “Petrolão”, o ex-deputado federal pelo PP do Paraná José Janene, morto no ano de 2010, agora tem o nome citado de forma indireta também nas investigações da Operação Carne Fraca, deflagrada no último dia 17 pela Polícia Federal (PF).

Um ex-assessor de José Janene, Roberto Brasiliano da Silva, conhecido como “Bras”, seria o responsável pelo “recolhimento da propina” articulada na cidade de Londrina, no âmbito da Unidade Técnica Regional ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Brasiliano da Silva ainda foi candidato a vereador na cidade de Londrina, no ano passado, pelo PEN, o Partido Ecológico Nacional. Obteve 974 votos e não conseguiu se eleger.

Câmeras escondidas foram instaladas no Madero para flagrar extorsão por fiscais

No relato da PF, embora não tivesse cargo público, Brasiliano da Silva seria uma espécie de “braço operacional” do chefe da Unidade Técnica de Londrina, Juarez Santana, que, por sua vez, estaria à frente do núcleo londrinense do esquema de propina revelado pela Carne Fraca.

Serraglio e Souza reforçam: indicação de fiscal preso foi da bancada do PMDB

Leia a matéria completa

“Ressalte-se que nem sempre é o próprio Juarez Santana que faz, pessoalmente, o ‘recolhe’ dos valores ou produtos, obtidos como vantagem indevida por seus ‘favores’ às empresas. Roberto Brasiliano da Silva funciona como o braço operacional de Juarez Santana”, escreveu a PF, em documento encaminhado à Justiça Federal.

No mesmo documento, a PF reproduz diálogos entre os dois, colhidos a partir de interceptações telefônicas.

Especialmente no caso de Juarez Santana, a PF ressalta que há “robustos indícios de vários ilícitos [que ele cometeria] se valendo de sua função” no comando da Unidade Técnica de Londrina. Quando foi preso, ele perdeu a função gratificada do posto, conforme publicação no Diário Oficial da União, do último dia 20.

Segundo a PF, Juarez Santana não se entendia com Daniel Gonçalves Filho, que por cerca de sete anos ficou à frente da Superintendência Federal da Agricultura do Paraná (SFA-PR), órgão de representação máxima do Mapa no estado. Gonçalves Filho é apontado como o “chefe maior” do esquema de propina da Carne Fraca. “Juarez Santana não participa do mesmo grupo liderado por Daniel Gonçalves Filho, sendo ele mesmo líder de seu núcleo criminoso”, anotou a PF.

Ministro: por credibilidade, Brasil aceita até auditoria estrangeira em frigoríficos

Com base nas investigações, o juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara de Curitiba, autorizou os pedidos da PF de prisão preventiva (sem prazo determinado) contra Juarez Santana e Brasiliano da Silva. O ex-assessor de Janene já tentou um habeas corpus no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), mas o desembargador federal Victor Luiz dos Santos Laus negou o pedido.

Outro lado

Nesta terça-feira (28), a Gazeta do Povo deixou recado no escritório do advogado de Roberto Brasiliano da Silva, Maurício Carneiro, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O advogado Anderson Mariano, responsável pela defesa de Juarez Santana, informou que está “estudando o processo” e que, por isso, ainda não poderia se manifestar. O advogado de Daniel Gonçalves Filho, Vitor Sprada, já havia informado que, por enquanto, apenas se manifestará no processo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]