• Carregando...

O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, um dos principais delatores da Operação Lava Jato, está na lista do HSBC entregue por um ex-funcionário do banco para autoridades e jornais de todo o mundo, o que resultou no escândalo conhecido como Swissleaks. Entre as mais de 100 mil referências a personalidades, uma das fichas trata do brasileiro que está no centro do escândalo envolvendo a estatal brasileira.

Nos próximos dias, uma força-tarefa da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) irá a Paris buscar oficialmente os dados referentes a essa relação bancária entre o HSBC e Costa com um juiz da capital francesa.

A partir da investigação será possível saber se o ex-diretor teve um relacionamento bancário com o HSBC não informado em sua delação premiada ou se é o mesmo delatado por ele aos investigadores. Caso essa relação com o HSBC revelada no Swissleaks não seja a mesma da relatada na delação, Costa poderá perder os benefícios do acordo pelo qual se comprometeu a colaborar com a Lava Jato em troca de redução de pena.

A decisão dos investigadores brasileiros de pedir os dados para a França e não para a Suíça decorre do fato de que, em Paris, o ex-funcionário do HSBC que entregou os dados, Hervé Falciani, não é tido como um criminoso, enquanto para os suíços ele roubou dados protegidos. Aos suíços, o MPF vai pedir que considere que o país tem o direito de usar as provas recebidas da França porque a retirada da lista do HSBC não se tratou de um ato provocado pelo Brasil.

O MPF indicou que foi informado por fontes que tiveram acesso à lista de que o nome de Costa aparecia de fato no caso Swissleaks.

Delação

Em seu acordo de delação, Costa indicou que, em 13 de setembro de 2012, ele possuía “na conta 1501054, em nome da empresa Quinus Services S.A, no HSBC Bank, o montante de US$ 9.584.302,89”. A empresa offshore, segundo ele, foi aberta pelo doleiro Bernardo Freiburghaus e, depois de 2012, o valor foi repartido a outros quatro bancos.

Em sua ficha do banco de Genebra revelada pelo Swissleaks, porém, não está designado se o ex-diretor da Petrobras mantinha uma conta em seu nome ou se era apenas beneficiário de um fundo, de outras empresas ou simplesmente transitou com dinheiro pelo banco.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]