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“Youssef quer dizer José”, comentou por telefone uma irmã do doleiro, Ilene Youssef, querendo dizer que o nome não tinha nada de especial. A reportagem tentou conversar com ela em dois momentos, em ligações telefônicas gravadas. Mas, nas duas ocasiões, ela negou ser parente do doleiro. O parentesco, porém, foi confirmado por outros familiares.

A tentativa de desvincular o sobrenome do parente “famoso” pode ser explicada, em parte, pela repercussão que o escândalo da Petrobras tomou nos últimos meses. Assustados com a fama de Youssef – que desta vez repercutiu em todo o país –, parentes do doleiro se negaram a falar. “Não ligue meu nome a essas coisas”, disse uma sobrinha quando a reportagem tentou entrar em contato. Coisas parecidas foram ditas por outros familiares.

A outra parte da explicação é que parentes de Youssef também respondem na Justiça por participação nos mesmos crimes. A irmã, Olga Youssef, chegou a ser condenada em 2008 por ter movimentado milhões de dólares em remessas ilegais ao exterior no caso Banestado, no qual atuou junto com o irmão. O cunhado, Eroni Peres, foi apontado como o titular de uma das contas bancárias operadas pelo doleiro.

Nome de rua

A família Youssef demonstra ter certa importância em Londrina, mesmo sem que nenhum integrante tenha oficialmente desempenhado cargos importantes na vida da cidade. Uma rua foi batizada com o nome do irmão de Alberto, Elias Kalin Youssef, que faleceu em um acidente de carro em 1996. E uma escola ganhou o nome do pai, Kalin Youssef Youssef.

Na justificativa do projeto de lei que batizou a rua, Elias Kalin foi descrito como empresário de várias áreas, inclusive de câmbio. A atuação no câmbio foi compartilhada pela irmã Olga, que abriu a casa de câmbio em Londrina que Alberto tocaria depois, no início dos anos 1990, e teria ensinado o irmão como trazer produtos do Paraguai.

Playboy

Foi na carceragem da Polícia Federal de Curitiba, onde Youssef está preso desde março do ano passado, que o doleiro recebeu o pedido de divórcio da esposa. Foi çogo depois que uma suposta amante dele posou para a revista Playboy segurando maços de dinheiro e em cima de jatinhos, em uma referência à maneira com que o doleiro esbanjava dinheiro.

Apesar da adversidade, amigos da família contam que a esposa e as filhas continuam visitando Youssef na carceragem da PF.

Como o dinheiro do doleiro foi bloqueado pela Justiça, coube à família bancar os vários remédios que ele precisa tomar para cuidar de problemas no coração. Desde que foi preso, Youssef teve que ser internado às pressas pelo menos cinco vezes para receber tratamento médico. Em um ano, perdeu 20 quilos. (AA)

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