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O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso associou nesta terça-feira (14) o caso de suspeita de tráfico de influência na Casa Civil a um "novo mensalão".

FHC fez a referência em entrevista a militantes do PSDB transmitida pela internet, ao responder questão sobre "como alertar o público" para outro episódio de suposta irregularidade no governo federal, as quebras de sigilo de tucanos na Receita Federal.

"Se falar que é o mensalão de novo a pessoa entende, se falar que é lobismo, não", afirmou o ex-presidente, sobre a suspeita de lobby envolvendo Israel Guerra, filho da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra.

Em relação ao caso das quebras de sigilo na Receita, FHC afirmou que "se falar sigilo fiscal pouca gente vai entender". "Tem que mostrar em termos diretos o que significa", disse, dando como exemplo a afirmação de que "amanhã vai ter um fiscal para mexer nas suas coisas".

Para ex-presidente, Lula foi 'autoritário' ao criticar DEM FHC afirmou ainda que Lula cometeu "abuso de poder político" ao defender, em comício de Dilma Rousseff nesta segunda-feira (13), que o DEM seja "extirpado" da política nacional.

"É autoritarismo isso, uma tremenda vontade de poder que se expressa dessa forma, que é incorreta", afirmou FHC, para quem "caberia até consulta" à Justiça Eleitoral sobre o caso.

Ainda sobre o papel de Lula na sucessão, FHC disse ainda vê-lo como "um presidente que virou militante, chefe de uma facção".

E citou o ditador italiano Benito Mussolini (1883-1945) ao comentar a "extrapolação" de Lula. "Claro que Lula não tem nada a ver com Mussolini [...], Mussolini tinha quase a unanimidade. E faltou quem o o freasse."

Defesa do governo tucano

FHC defendeu realizações de seu governo, lamentou não ter associado seu nome ao do Bolsa Escola, antecessor do Bolsa Família ("Exagerei nessa matéria de não me apropriar politicamente dos feitos do governo"), e afirmou que Lula diz "inverdades" sobre sua gestão.

Como exemplo de "inverdades", disse que seu governo registrou maior número de matrículas no ensino superior do que o do PT. Em comícios de Dilma, Lula tem reiterado que seu governo abriu mais universidades federais do que o "governo de um doutor", em referência a FHC.

O ex-presidente criticou o discurso de "herança maldita", que diz ser praticado pelo PT, e ironizou referências de Lula sobre sua pessoa. "É um pouco freudiano, como o presidente Lula perdeu de mim duas vezes, ele não me engoliu, quer me derrotar."

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