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Gleisi anunciou que a conta de luz não vai subir | Antonio Cruz/ ABr
Gleisi anunciou que a conta de luz não vai subir| Foto: Antonio Cruz/ ABr

A presidente Dilma Rous­­seff decidiu fortalecer dois de seus ministros: Gleisi Hoffmann, da Casa Civil; e Aloizio Mercadante, titular da Educação. Gleisi e Mercadante vão assumir uma função mais ativa na articulação política do governo. Embora o Planalto venha tendo dificuldades na coordenação com a base aliada, essa trabalho pode garantir visibilidade – sobretudo a Gleisi, que é pré-candidata do PT ao governo do Paraná. Já Mercadante deve assumir a Casa Civil quando Gleisi se desincompatibilizar para disputar o Palácio Iguaçu, no ano que vem.

Dilma avaliou que a ministra das Relações Institu­­cionais, Ideli Salvatti, responsável pela articulação, precisa de ajuda para fazer o meio de campo do governo com o Congresso. As dificuldades para aprovar a Medida Provisória (MP) dos Portos, há duas semanas, ligou o alerta. E a recusa do Senado de votar a MP que garante a redução da conta da luz e a que amplia a desoneração da folha salarial, nesta semana, foram a gota d’água. Essas duas MPs perdem validade na segunda-feira.

Gleisi, que até então desenvolvia um trabalho mais interno, de gestão de projetos, já participou ativamente das negociações envolvendo a MP da Energia. E, apesar de ter assumido o difícil ônus de lidar com uma base insatisfeita (veja reportagem ao lado), a ministra também ganhou a vitrine de fazer anúncios positivos. Foi ela quem anunciou, na quarta-feira, a decisão de Dilma de assinar decreto para assegurar que a redução da tarifa de energia elétrica, em vigor desde janeiro, seja mantida. Um dia antes, Gleisi também explicou que o corte na conta de luz não corria risco, mesmo com o Senado barrando a votação da medida provisória sobre o assunto.

Já Mercadante, que é cotado para comandar a campanha de Dilma à reeleição em 2014, já tem carta branca para fazer acordos partidários e, por determinação da presidente, vai se dedicar mais à tarefa a partir de agora. Ideli não será escanteada na tarefa da articulação política, mas cuidará mais do "varejo" e de despachos rotineiros com deputados e senadores, como a liberação de pagamentos de emendas parlamentares.

AtritoMinistra irrita Renan ao ignorá-lo na negociação para baixar a conta de luzAgência O Globo

Em sua primeira experiência no papel de articuladora política do Planalto com a base, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, já enfrentou fortes atritos com aliados do governo. Irritada com a decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) de não colocar em votação a MP da redução da conta de luz, Gleisi ignorou o senador e passou a negociar diretamente no Ministério das Minas e Energia uma solução alternativa para manter as tarifas baixas – o que irritou profundamente o senador e obrigou o vice-presidente Michel Temer a intervir para apagar o incêndio.

A última terça-feira terminou com uma conversa duríssima da ministra com Renan, que não aceitou ser ignorado nas discussões. Ele desligou o telefone durante conversa a conversa com Gleisi. Renan estava negociando com os líderes partidários uma saída honrosa. E se irritou quando soube que Gleisi tentava uma solução por outros caminhos.

A ligação de Gleisi para Renan ocorreu por volta das 19 horas de terça-feira. Quando o senador começou a falar do resultado da reunião, ela cortou e informou que já havia acertado que a redução da conta de luz seria garantida por meio de um decreto. Renan, então, desligou o telefone. Temer tentou calmar os ânimos. Mas, na quarta-feira, o clima ainda era ruim no Senado.

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