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Brasileiros e chilenos buscam solução para extraditar Norambuena

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, disse ontem em São Paulo, onde se reuniu com o presidente Lula, que busca uma forma diplomática para obter a extradição do chileno Mauricio Hernández No­­­ram­­buena, militante da Frente Patriótica Manoel Rodrigues (FPMR). Norambuena lutou contra a ditadura militar chilena, comandada por Augusto Pinochet entre 1973 e 1990 e foi condenado no Chile pelo assassinato do senador Jaime Guz­­mán e pelo sequestro de Cristián Edwards, filho do dono do jornal El Mercurio.

No Brasil, Norambuena foi condenado a 30 anos de cadeia pelo sequestro do publicitário Washington Olivetto, em 2002, em São Paulo. Há cinco anos, ele cumpre pena na penitenciária federal de Catanduvas (PR). "Há uma série de restrições da Justiça brasileira para permitir e garantir a extradição de Norambuena. O Chile tem expressado o desejo de extraditá-lo, mas buscaremos uma forma diplomática para atingir esse ob­­jetivo", disse Bachelet, em encontro com Lula.

O presidente brasileiro afirmou que as diferenças jurídicas entre os dois países tornam incompatíveis a decisão do STF e as penas a que ele foi condenado no Chile. O presidente brasileiro disse confiar numa solução que envolva diplomacia.

Repatriação

Desde 2002 o assunto faz parte da agenda entre Brasil e Chile, que é pressionado internamente pelo repatriação de Noram­bue­na. O governo chileno pediu e o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a extradição, mas condicionou o pedido à conversão de duas das penas perpétuas a que ele foi condenado no Chile para penas de, no máximo, 30 anos, conforme limita a legislação brasileira.

São Paulo - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que, em algum momento, terá de se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, para discutir a questão da Quarta Frota norte-americana, que foi reativada no ano passado para atuar no Oceano Atlântico, na região das Américas do Sul e Central. Lula ressaltou que já havia feito um pedido ao ex-presidente dos EUA George W. Bush para debater o assunto.

"Em algum momento nós vamos ter de conversar com o presidente Obama, porque nós já mandamos uma carta ainda quando era o presidente Bush sobre a questão da Quarta Frota. Man­­­damos uma carta dizendo que nós não víamos com bons olhos a ideia da Quarta Frota porque me parece que a linha territorial dela é quase que em cima do nosso pré-sal", afirmou, durante entrevista coletiva concedida ao lado da presidente do Chile, Michelle Bachelet, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Lula destacou que esse tipo de questão deve ser debatida "com muito cuidado" para não gerar conflito com outros países. Ele se referia também à questão da instalação de uma base militar norte-americana na Colômbia, que tem gerado conflitos entre o presidente do país, Álvaro Uribe, e o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Lula e Bachelet afirmaram concordar com a ideia de discutir o assunto na próxima reunião da União das Nações Sul-Ame­ri­­canas (Unasul) no dia 10 de agosto em Quito, por meio da convocação dos ministros que fazem parte do Conselho de Defesa da organização. "Eu e Michelle concordamos que a soberania de um país é intocável e nós não entramos em discussão sobre a soberania de ne­­nhum país", afirmou Lula. "A mim não me agrada mais uma base norte-americana na Colômbia. A mim não me agrada, mas como eu não gostaria que Uribe desse palpite nas coisas que eu faço no Brasil, eu prefiro não dar palpite sobre as coisas de Uribe. Vamos conversar pessoalmente porque nós temos liberdade e confiança para ter um diálogo livre e aberto no dia 10 em Quito."

A presidente chilena concordou com a afirmação. "O Chile nunca teve uma base norte-americana, mas acho que o momento para falar sobre isso será em Quito. Certamente, muitos países estão inquietos com essa situação", disse.

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