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O gabinete da secretária estadual de Administração e Previdência, Dinorah Nogara, teria feito uma intervenção direta para que o Departamento de Transporte Oficial (Deto) adotasse a contratação emergencial de uma oficina para fazer a manutenção dos veículos do governo do estado na região de Londrina. A informação é de um servidor do Deto.

Secretaria rebate depoimento de servidor

A assessoria de imprensa da Secretaria de Administração e Previdência (Seap) divulgou nota afirmando que a pasta “não tem conhecimento das denúncias apontadas por investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), visto não ter havido nenhuma notificação por parte do Ministério Público ou da Justiça”. O texto reforça que as informações sobre denúncias têm chegado ao órgão “por intermédio da imprensa” e que, “desta forma, as respostas aos questionamentos realizados pela imprensa podem ser incompletos”. A Seap prometeu se pronunciar as denúncias quando for notificada e tiver acesso ao seu teor. A nota conclui que “diante da informação passada pelo Jornal de Londrina de que a lista com oficinas concorrentes ao contrato emergencial teria saído do gabinete, a secretária da Administração e da Previdência, Dinorah Botto Portugal Nogara, repele com veemência a declaração”. (FS)

O Ministério Público tem o depoimento do servidor, que afirma que esse foi o único contrato emergencial realizado para esse tipo de serviço e que o Núcleo de Londrina foi o único que adotou a medida. A empresa contratada foi a Providence Auto Center, investigada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e que teria Luiz Abi Antoun, primo em sétimo grau do governador Beto Richa (PSDB), como o seu verdadeiro dono.

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Até novembro do ano passado o serviço de manutenção da frota era feito pela Montavel, contratada desde 2009 por meio de processo licitatório. O contrato “tampão” seria necessário porque o governo estava mudando a forma de gerenciar a manutenção da sua frota: em vez de oficinas contratadas regionalmente, foi contratada apenas uma empresa, que gerencia o serviço.

A norma dentro do Deto é que nesses tipos de caso são feitas renovações em caráter excepcional com a empresa que já está prestando o serviço – no caso da região, a Montavel. Essa era a orientação inicial dada ao Deto para o caso da oficina de Londrina, até que o processo foi para o gabinete da secretária Dinorah Nogara e teria voltado de lá com a orientação para que fosse feito o contrato emergencial, uma exceção. (FS)

MP pede que licitação para manutenção da frota seja investigada

O Ministério Público de Londrina está pedindo que a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público de Curitiba investigue a licitação vencida pela JMK Serviços para a manutenção da frota de veículos do governo do estado. A licitação foi encerrada em março e a previsão é de que o governo desembolse até R$ 57 milhões pelo serviço. A JMK está credenciando cerca de 220 oficinas de todo o estado para prestar o serviço.

O motivo do pedido de investigação é que a Providence Auto Center, segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), foi contratada por uma licitação que teria sido fraudada. Conforme o Gaeco, a empresa pertence a Luiz Abi Antoun, primo em sétimo grau do governador Beto Richa (PSDB). Quem teria trabalhado para que a Providence fosse contratada seria o ex-diretor do Departamento de Transporte Oficial (Deto), Ernani Delicato, que também é réu na ação proposta pelo MP de Londrina no caso da Providence. Em entrevista ao Paraná TV Segunda Edição, telejornal da RPC, o promotor Cláudio Esteves, coordenador do Gaeco em Londrina, disse que a tentativa de credenciar a Providence é o que motivou pedido para que a licitação seja investigada.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da JMK Serviços informou, na manhã desta quinta-feira (09), que a oficina Providence “nunca fez e não faz parte da rede credenciada da JMK.​ Não foi, portanto, contratada em nenhum momento pela JMK”, afirma. O comunicado indica como infundadas as suposições sobre esta relação. “Tanto a realização da licitação como o contrato decorrente estão completamente dentro da legalidade”, reforça. A empresa também ressalta que todas as manutenções ficam registradas em um sistema de computador e podem ser acessadas.

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