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Fernando Giacobo: “Se depender da minha vontade, a Câmara volta a trabalhar imediatamente.” | Wenderson Araújo/Gazeta do Povo
Fernando Giacobo: “Se depender da minha vontade, a Câmara volta a trabalhar imediatamente.”| Foto: Wenderson Araújo/Gazeta do Povo

Deputado federal desde 2003, Fernando Giacobo (PR-PR) pode assumir a presidência da Câmara Federal caso Waldir Maranhão (PP-MA) deixe a presidência. Ele é o 2º-vice-presidente da Casa, eleito junto com Maranhão e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) em fevereiro de 2015.

Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, Giacobo diz que não está trabalhando pela saída de Maranhão, mas que a maioria dos deputados defende sua saída.

Na última segunda-feira (9), o atual presidente da Câmara anulou as sessões que sacramentaram o impeachment de Dilma Rousseff (PT) – e voltou atrás menos de 24 horas depois. Com isso, virou alvo de críticas por parte dos deputados.

Giacobo comentou, ainda, um episódio que ocorreu antes de sua carreira política, quando ele venceu 12 vezes na loteria em 14 dias. Segundo o deputado, ele participou de bolão com colegas de trabalho e apostou em mais de mil bilhetes da loteria esportiva – sendo que 12 foram premiados. “Se você ver alguma ilicitude, você me critique, mas não vejo nada de errado”, disse.

Como o senhor enxerga essa possibilidade de assumir a presidência da Câmara?

Não estou trabalhando [para assumir a presidência]. Isso tem que ser uma coisa natural, dentro da legalidade. Se não, parece que estou fazendo complô para derrubar alguém, e isso não é do meu feitio. A Mesa, da qual faço parte, já se posicionou, pedindo renúncia ou afastamento. Agora, cabe ao presidente Waldir Maranhão que decida, pois é uma decisão única e exclusiva dele. Espera-se que ele tome a decisão o mais rápido possível.

Giacobo explica que vitórias consecutivas ocorreram na loteria esportiva e não na Mega-Sena

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O senhor imagina quando deve sair essa decisão?

Se ele vai tomar a decisão hoje, amanhã ou se não vai se afastar, não posso dizer. Estou fazendo meu trabalho, aqui na vice-presidente, de forma muito tranquila.

Há articulações para uma nova eleição para a Mesa...

Tem várias correntes hoje. Uma se movimenta pela renúncia, para que haja uma nova eleição dentro do “blocão” [bloco de partidos que apoiaram a eleição de Eduardo Cunha], tem correntes que querem que ele se afaste, tem correntes que querem que ele fique, tem para todos os gostos. Mas acredito que a maioria dos deputados, de todos os partidos, não querem que ele permaneça.

Há também a questão do Eduardo Cunha. No momento, ele está afastado. Não caberiam novas eleições?

Se o Eduardo renunciar, aí a eleição seria para presidente da Casa. Se o Maranhão renunciar, será eleição para a vice-presidência, portanto, vice-presidente da República enquanto o Eduardo estiver afastado [considerando o afastamento de Dilma].

E se Maranhão renunciar, como fica?

Se o Maranhão renunciar, eu preciso convocar eleições para vice-presidente em até cinco sessões. Se ele se afastar por motivos pessoais, tem até 120 dias [para voltar]. Então, no máximo, fico 120 dias.

Há uma paralisação total da Câmara atualmente. Quando os trabalhos serão retomados?

Se depender da minha vontade, imediatamente. Mas não sou eu quem faz a pauta da Casa, e sim o presidente.

O senhor ganhou, em 1997, 12 vezes na loteria em duas semanas. O senhor foi muito criticado por isso. O que aconteceu?

Queria lhe responder perguntando. Você acha que eu cometi alguma ilegalidade, alguma ilicitude, alguma imoralidade pelo fato que, em 1997, eu ganhei em bolões na loteria esportiva? Foram milhares [de apostas realizadas], não lembro quantas, mil, dois mil [bilhetes], e 12 deles foram premiados. A soma deles deu R$ 134 mil, isso está declarado no meu imposto de renda desde a época. Se você ver alguma ilicitude, você me critique, mas não vejo nada de errado.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, os prêmios foram da Mega-Sena e da Quina, e não da loteria esportiva. Qual é?

Não, é loteria esportiva. Aquela que, no Fantástico, a zebrinha contava o resultado.

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