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O governador José Serra (PSDB-SP) realizou nesta quarta-feira (31) sua despedida do Palácio dos Bandeirantes. O tucano vai deixar o cargo para concorrer à Presidência da República. Durante seu discurso, por diversas vezes, Serra enalteceu as qualidades do vice-governador, Alberto Goldman, que assumirá o cargo. "É um homem íntegro, democrata e patriota. Tem história e preparo", disse.

À vontade no palco, o governador brincou com os secretários, com o público e fez referência ao Palmeiras, time para o qual torce. E brincou com Goldman ao lembrar da lei anti-fumo. "O Goldman depois dessa não pôde mais fumar nem no banheiro do seu gabinete, pelo menos as câmeras que têm lá não mostraram. Ele não sabia que tinha câmeras, agora está sabendo."

Marcantes

Serra afirmou que foram marcantes em sua gestão a visita à Vila Dignidade, um projeto para idosos, e também a inauguração de plataformas para pessoas com deficiência tomarem banho de mar. Ele ressaltou que recebeu uma herança bendita dos governos Mário Covas e Geraldo Alckmin.

O secretário de Desenvolvimento, que disputará o governo de São Paulo, foi bastante aplaudido nas vezes em que foi citado por Serra. "Austeridade não é mesquinharia econômica. É cortar onde precisa. Não é guardar dinheiro numa burra e deixar longe das necessidades da população", disse, afirmando que, num esforço fiscal, o governo desonerou setores, não aumentou impostos e conseguiu fazer crescer a arrecadação.

Ao citar os investimentos em saneamento, o governador afirmou que essas obras geralmente são consideradas "dinheiro enterrado". "Esse governo vai enterrar R$ 7 bilhões em saneamento e vamos semear saúde. Não temos nenhum compromisso com a sociedade do espetáculo, mas sim, com a saúde". Serra, que enfrenta uma greve dos professores da rede estadual, defendeu a remuneração por mérito e a gestão por resultados.

Ele destacou que as escolas tiveram metas para cumprir e que professores e servidores "estão ganhando mais e vão ganhar mais segundo seu desempenho". Ele lembrou conquistas na área de educação, como ter dobrado o número de vagas. "Encontramos sete mil alunos e vamos deixar 170 mil vagas", disse. Segundo ele, o governo também chegou a "uma variedade" de 84 cursos técnicos. "Esse é o ensino que vira emprego."

Serra reuniu no evento ao menos 26 deputados estaduais que citou ao iniciar seu discurso. Após anunciar a lista, brincou com o presidente da Assembléia Legislativa, Barros Munhoz. "Podemos até deliberar alguma coisa aqui, Barros". Ele também citou que houve redução de 27% na taxa de homicídios nos últimos três anos e que o orçamento da Secretaria de Segurança Pública cresceu 40% nesse período.

Serra agradeceu a "chance" que teve de governar São Paulo e de "melhorar a vida de milhões de pessoas". Ele acrescentou que, tendo feito isso, passou a ser uma pessoa melhor e afirmou que sempre apreciou o valor da "humildade intelectual". Citando Guimarães Rosa, ele disse que mestre não é quem ensina, é quem, de repente, aprende.

O governador refutou qualquer ingerência de partidos e outras lideranças no governo. "No nosso governo, deputados não nomearam e não nomeiam secretários." Ele afirmou ainda que nunca discriminou nenhum prefeito por ser da oposição. "Nunca se olhou a cor da camisa partidária de prefeitos e deputados. Nossos opositores sabem dessa postura. No governo, a gente serve ao interesse público, e não às máquinas partidárias."

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