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CRISE

Governo do Paraná quer cortar mais de 150 municípios do Família Paranaense

Informação foi confirmada por municípios que estiveram em reunião da área social realizada na noite da última terça-feira; Governo do estado ainda não confirma

Primeira-dama do estado, Fernanda Richa é a responsável pelo programa assistencial do estado. | Divulgação/Comec
Primeira-dama do estado, Fernanda Richa é a responsável pelo programa assistencial do estado. (Foto: Divulgação/Comec)

Criado em 2011 pelo governador Beto Richa (PSDB), o programa Família Paranaense sofrerá um corte orçamentário de 40% em 2016. Segundo informações repassadas pelo governo aos municípios, o total de cidades atendidas cairá de 399 para 154. Esse projeto visa retirar famílias do estado da condição de extrema pobreza por meio de uma complementação de renda. Ele é executado em conjunto com o programa Bolsa Família.

A informação ainda não foi confirmada pelo governo do estado. Mas ela teria sido repassada na noite da última terça-feira (27) aos gestores da área social em uma reunião denominada Comissão de Intergestores Bipartide. Curitiba e Pinhais, que enviaram representantes ao encontro, confirmaram o teor do anúncio para a reportagem. Ambas disseram que deixarão de receber os recursos.

Segundo apurou a Gazeta do Povo, o governo do estado teria anunciado que o programa receberá R$ 18 milhões no ano que vem. Atualmente, cerca de 80 mil famílias recebem essa complementação de renda. A média dos repasses é de R$ 30 por família – o que daria algo em torno de R$ 30 milhões por ano. O anúncio do corte ocorre no mesmo mês em que surgiu a notícia de que o executivo estadual confiscou R$ 360 milhões que estavam destinados ao Fundo da Infância e Adolescência (FIA), do Conselho Estadual da Criança e Adolescência (CEDCA). A verba estava disponível para empenho em programas da infância e do adolescente e foi direcionada ao Fundo de Amparo à Pobreza.

Um arquivo ao qual a reportagem teve acesso mostra que a ideia da Secretaria da Família e Desenvolvimento Social é fixar o valor repassado em R$ 100 mensais. O tempo de recebimento também seria fixo: 2 anos. Hoje, o tempo e o valor são variáveis -- R$ 10 a R$ 110, dependendo da faixa de renda.

No encontro, o estado não deu detalhes sobre quais municípios deixarão de receber o benefício. Mas teria deixado claro que apenas aqueles com IDH mais baixo permaneceriam nessa lista. Um exemplo seriam as cidades do centro-sul paranaense, onde 8% da população são dependentes do Programa Bolsa Família. A média estadual é de 4%.

O programa Renda Família Paranaense, que está dentro do Família Paranaense, tem como beneficiárias famílias do Programa Bolsa Família que possuem renda per capita superior a R$ 77 e inferior a R$ 87. O valor da transferência depende do valor que falta para a família atingir os R$ 87 por pessoa. Segundo o site do programa, 46% recebem entre R$ 30 e R$ 60.

Em julho de 2015, o Paraná tinha 403.329 famílias recebendo recursos do programa Bolsa Família. Dessas, 257.533 viviam com renda per capita inferior a R$ 77. O valor médio das transferências do Governo Federal naquele mês foi de R$ 141 por família.

O benefício fixo do Bolsa Família é de R$ 77 por família, podendo chegar a até R$ 175 em caso de famílias com filhos de 0 a 16 anos, desde que sejam cumpridos condicionantes como frequência escolar e acesso aos serviços de saúde. O recurso do estado complementa esse repasse para que as famílias tenham, no mínimo, uma renda de R$ 77 por pessoa. Curitiba, que deixará de receber os recursos, tem cerca de oito mil famílias vivendo em situação de extrema pobreza.

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