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José Carlos Araújo (PR-BA) | Wilson Dias/Agência Brasil/Arquivo
José Carlos Araújo (PR-BA)| Foto: Wilson Dias/Agência Brasil/Arquivo

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado José Carlos Araújo (PR-BA), criticou o governo Michel Temer por tentar impedir a cassação do presidente afastado da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em entrevista à Rádio Estadão nesta quarta-feira (8). O parlamentar atribuiu a uma “manobra” do Planalto com o PRB - partido da deputada Tia Eron (BA), considerada o voto decisivo no colegiado - o motivo para ter decidido adiar a votação do parecer pela cassação do peemedebista, feito pelo deputado Marcos Rogério (DEM-RO).

“Não é certo o jogo de cartas marcadas. Senti naquele momento que governo entrou no jogo e decidia a favor de Eduardo Cunha. Eu tinha que dar um tempo para que o governo e a deputada repensassem. Esse não é assunto do governo. Esse é assunto da Câmara dos Deputados. Um problema de ética e decoro. Governo não tem que se envolver”, disse o presidente do Conselho de Ética.

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Araújo, que tem clara posição pela cassação de Cunha, também criticou a atitude de Tia Eron de não aparecer na sessão de terça-feira (7). Com a ausência dela, quem votaria em seu lugar seria o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), aliado do presidente afastado da Câmara.

“Dei tempo para que a deputada Tia Eron veja que o Brasil e a Bahia são maiores do que o interesse do governo nesse caso. Ela está refém, prenderam ela na liderança do partido ontem. Ficou claro que ela foi manipulada pelo partido”, contou Araújo, ressaltando que o presidente do PRB, Marcos Pereira, atual ministro da Indústria e Comércio, teve reunião no Planalto antes da reunião do Conselho. O governo diz que foram tratados apenas assuntos administrativos.

Na semana passada, Tia Eron havia elogiado o relatório de Marcos Rogério e indicou um possível voto a favor da cassação de Cunha. Após a sessão ser cancelada, a deputada deixou a sede do PRB na Câmara, dizendo que iria participar da votação e que iria analisar o voto em separado proposto pelo deputado João Carlos Bacelar (PR-BA), que pede suspensão de Cunha por três meses e preservação do mandato.

Resposta

Sobre a nota divulgada por Cunha na noite desta terça-feira após o cancelamento da sessão, em que o peemedebista diz que Araújo fez uma manobra ‘espúria’, o presidente do Conselho respondeu que quem é responsável por marcar as sessões do colegiado é ele.

“Acho que Cunha é o único deputado que não pode fazer esse tipo de comentário, devido à quantidade de manobras que ele fez, usando deputados a seu serviço. Ele não tem que se meter. Ele é réu”, disse.

A previsão de Araújo é que a sessão volte a acontecer na próxima terça-feira (14), ou quarta-feira (15), dependendo da agenda do advogado de Cunha.

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