
O governo do Paraná pretende pagar 80% de seus credores até o fim de maio. A preferência será por quitar primeiro as pequenas dívidas, de até R$ 150 mil, deixando para os meses seguintes os pagamentos dos maiores credores. Segundo os cálculos da gestão Beto Richa (PSDB), serão necessários cerca de R$ 400 milhões para fazer frente a esses compromissos. No total, o governo tem aproximadamente R$ 1,6 bilhão em dívidas com fornecedores.
Hoje, segundo estimativas do Palácio Iguaçu, são 22 mil credores com pagamentos em atraso. “Vamos dar prioridade para os pagamentos pequenos. Com isso, queremos chegar ao fim de maio tendo quitado nossos compromissos com 80% dos nossos fornecedores”, diz o chefe da Casa Civil, Eduardo Sciarra (PSD). Segundo ele, os demais fornecedores deverão ser pagos até o fim do ano, de acordo com uma planilha que deverá estar consolidada em junho.
A dívida do governo com fornecedores começou a chamar a atenção em janeiro de 2014, quando a então secretária da Fazenda, Jozélia Nogueira, anunciou que o volume dos débitos havia chegado a R$ 1,1 bilhão. De lá para cá, o montante subiu outros 50%. A falta de pagamentos levou à suspensão de vários serviços ao longo dos últimos meses. Mas agora o governo diz que a situação financeira do estado começa a melhorar e que já é possível começar a reduzir o passivo.
“O ajuste fiscal começa a produzir efeito. Neste mês, começamos a receber o IPVA e no mês que vem passamos a recolher o ICMS com as novas alíquotas. Diminuímos o número de comissionados e fizemos um contingenciamento do orçamento”, enumera Sciarra. No final do ano passado, o governo elevou a alíquota do IPVA de 2,5% para 3,5% do valor venal do veículo e aumentou alguns valores do ICMS. O contingenciamento segurou cerca de R$ 11 bilhões do orçamento de 2015.
Sciarra diz que o governo também conta com o alívio de caixa que a reforma da previdência do funcionalismo deve trazer assim que for aprovada pela Assembleia Legislativa. Se for aprovado como está, o projeto poupará ao governo R$ 125 milhões mensais que hoje saem do caixa para complementar aposentadorias e pensões. Esse dinheiro começará a sair do Fundo Previdenciário – uma espécie de “poupança” feita nos últimos quatro governos para pagar inativos.



