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O anúncio do cancelamento dos atos secretos não produziu, ao menos no plenário, o efeito esperado pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A medida - considerada decisão política para não responder às denúncias de desvio de verba da Petrobras pela Fundação José Sarney - levou um grupo de parlamentares de PSDB, DEM, PSOL, PDT e PSB a pedir, na terça-feira (14), a renúncia do peemedebista da presidência da Casa. "Tenho a posição pessoal de que o senador Sarney não tem mais as condições políticas para permanecer à frente da presidência da Casa", disse o senador Renato Casagrande (PSB-ES).

"Além dessa mudança, que neste momento depende dele, nós temos de fazer profundas mudanças na prática política, na gestão administrativa desta Casa", afirmou Casagrande. Segundo ele, de nada vai adiantar substituir o atual presidente, se a posição do Senado não mudar. "Não adianta continuar na mesma situação." Para o parlamentar gaúcho Pedro Simon (PMDB), "a licença já não basta". "Simon deu um salto adiante, já se trata de renúncia. Se demorar mais, pode ser a cassação de mandato", acrescentou Cristovam Buarque (PDT-DF).

O senador Arthur Virgílio (AM) entrou com uma nova denúncia no Conselho de Ética, argumentando que "o presidente Sarney mentiu" ao negar, no plenário e em nota oficial, envolvimento direto com as decisões da fundação. Virgílio pediu a instalação de processo disciplinar para investigar se houve quebra de decoro parlamentar. Reportagem do jornal Estado, no sábado, mostrou que pelo estatuto da fundação, Sarney tem controle absoluto das decisões. A entidade teria desviado para contas de empresas fantasmas ou do clã Sarney ao menos R$ 500 mil de um patrocínio de R$ 1,3 milhão.

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