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A investigação sobre a participação do ex-deputado federal André Vargas (sem partido) na Lava Jato voltou nesta segunda-feira (23) aos cuidados do juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Indícios da participação do ex-deputado no esquema surgiram no ano passado, mas o caso foi remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF) já que Vargas tinha foro privilegiado por ser parlamentar.

Ao ser cassado, em dezembro do ano passado, por quebra de decoro parlamentar, Vargas perdeu a prerrogativa de foro privilegiado e o caso voltou à Justiça comum. Os deputados federais cassaram o mandato de Vargas por causa do envolvimento dele com o doleiro Alberto Youssef.

Vargas é acusado de favorecimento de Youssef em negócios com o governo federal. O deputado teria intermediado interesses do laboratório Labogen, usado pelo doleiro para lavagem de dinheiro, com o Ministério da Saúde. O elo entre os dois veio à tona com a divulgação de escutas que mostravam que o ex-petista viajou com a família para o Nordeste, de férias, em um avião arranjado por Youssef.

Agora, o Ministério Público Federal (MPF) tem até segunda-feira (2) para se manifestar sobre o prosseguimento das investigações contra André Vargas na Justiça Federal.

Segundo um despacho de agosto do ano passado do juiz federal Sérgio Moro, depoimentos da contadora de Youssef Meire Poza colhidos pela Polícia Federal apontam o envolvimento de Vargas e de seu irmão, Leon Vargas, na Lava Jato.

Ao remeter o caso ao STF, Moro apontou possível participação de Vargas na intermediação do contrato entre a Labogen e o Ministério da Saúde. “Haveria, em síntese, indícios da participação do Deputado Federal André Vargas na celebração pela empresa Labogen S/A Química Fina e Biotecnologia de Parceria para Desenvolvimento Produtivo - PDP junto ao Ministério da Saúde e sobre a qual recaem suspeitas de que seria fraudulenta ou de que envolveria o cometimento de outros crimes”, diz o despacho de abril do ano passado.

Labogen

Uma ação penal em curso na Justiça Federal de Curitiba trata da lavagem de dinheiro através da Labogen. A ação tem como réus o doleiro Alberto Youssef, Leonardo Meirelles, Leandro Meirelles, Pedro Argese Junior, Esdra de Arantes Ferreira, Raphael Flores Rodriguez e Carlos Alberto Pereira da Costa. Pelo menos 13 empresas nacionais são citadas na denúncia do Ministério Público Federal (MPF).

A Labogen em 2013 firmou um contrato no valor de R$ 150 milhões com o Ministério da Saúde para o fornecimento de insumos farmacêuticos. Segundo a denúncia do MPF, o fornecimento nunca aconteceu.

Segundo as investigações, entre 2011 e 2014 a quadrilha promoveu a saída de US$ 444 milhões do Brasil de forma ilegal, através de contratos fictícios de importação para promover a lavagem de dinheiro. Para isso, eram utilizadas duas empresas no exterior, em Hong Kong e na China.

A ação aguarda sentença do juiz federal Sérgio Moro.

Outro lado

A reportagem da Gazeta do Povo procurou o advogado do ex-deputado, mas ele não foi localizado para comentar o assunto.

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