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Senadores do Paraná divergiram sobre a manutenção da prisão de Delcídio Amaral. | Geraldo Magela/Agência Senado
Senadores do Paraná divergiram sobre a manutenção da prisão de Delcídio Amaral.| Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Em uma votação inédita, o Senado Federal decidiu manter a prisão do senador Delcídio Amaral (PT-MS), preso pela Polícia Federal na manhã de ontem. Foram 59 votos pela manutenção da decisão do Supremo Tribunal Federal, 13 votos contrários e uma abstenção. A votação dividiu os senadores paranaenses – Gleisi Hoffmann (PT), que também é investigada pela Operação Lava Jato, votou pelo relaxamento da prisão do senador em voto fechado. Roberto Requião (PMDB), decidiu pelo voto aberto e pela manutenção da decisão do STF. O senador Alvaro Dias (PSDB) estava ausente durante a votação.

Para a senadora Gleisi, o voto fechado é uma regra do regimento interno, já que a Constituição não regula a matéria. “É importante manter os ritos para que sirva de referência em outros casos”, afirmou. Gleisi disse ainda que não votou pela absolvição do senador Delcídio Amaral, mas para que a regra constitucional fosse cumprida. “As acusações contra o senador são graves, mas não podemos alterar a constituição, adequando ao momento em que vivemos. Isto é ruim para o Estado Democrático de Direito”.

A senadora contou que a bancada foi pega de surpresa com a nota do presidente do PT, Rui Falcão, sobre a prisão do senador. A nota afirmava que existe diferenças claras entre a atividade partidária e não partidária de Delcídio e que o Partido dos Trabalhadores não devia solidariedade ao parlamentar. “A bancada cumpriu seu papel em defender a constituição. O presidente não consultou a bancada antes de emitir a opinião”, comentou.

Depois da prisão do líder do governo, o Senado ficou com um clima bastante pesado, disse a senadora. “Todos foram pegos de surpresa, mas a casa respondeu de forma rápida à demanda. Agora existem outras matérias importantes para serem votadas. É preciso tocar a vida”, desabafou.

O senador Alvaro Dias (PSDB) esteve ausente na votação. O tucano estava em Curitiba para um procedimento médico, mas afirmou por telefone que a votação no Senado refletiu o sentimento de indignação da população.

Para o senador, o episódio levanta uma série de questões jurídicas com relação à prisão do petista, mas disse que o legalismo ficou em segundo plano. “Acredito que, pela gravidade dos fatos, o Supremo cumpriu a legislação”, opinou. Alvaro afirmou que, com a decisão desta quarta-feira (25), o STF marcou sua posição com relação ao envolvimento dos agentes políticos em esquemas de corrupção. “Se a classe política esperava uma boa vontade da corte percebeu que não poderá contar com ela”, disse.

Roberto Requião (PMDB) votou em favor da manutenção da prisão do senador Delcídio e afirmou em sua conta no twitter que optou pelo voto aberto e que acreditava que os parlamentares estavam promovendo uma promoção pessoal diante da situação. “Agora urubus dançam sobre o cadáver político insepulto de Delcídio. Lamentável. Promoção pessoal diante da morte política. Verdadeira? ”, questionou.

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