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Suspeitos deixam a PF, em Curitiba: investigação do Coaf começou de forma burocrática em 2011 | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Suspeitos deixam a PF, em Curitiba: investigação do Coaf começou de forma burocrática em 2011| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) informa que pessoas físicas e jurídicas investigadas na Operação Lava-Jato fizeram movimentações consideradas atípicas no valor de R$ 23,7 bilhões entre 2011 e 2014. Só em espécie, o grupo movimentou R$ 906,8 milhões. Ao todo, o Coaf produziu 108 relatórios com alertas sobre possíveis irregularidades nas movimentações financeiras do doleiro Alberto Youssef, do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e das empreiteiras, entre outras pessoas e empresas acusadas de fraudes em contratos com a estatal.

Nos relatórios do Coaf aparecem os nomes de 4.322 pessoas e 4.298 empresas que, de alguma forma, participaram da movimentação dos recursos, parte deles de origem ilegal, vinculados a negócios da Petrobras. O Coaf deixa claro, no entanto, que os números não são valores absolutos. Em algumas situações, nomes de pessoas e empresas são mencionados várias vezes. A soma total envolve saques e depósitos. Mas, ainda assim, as cifras são consideradas "estratosféricas" até mesmo para autoridades acostumadas a lidar com dados expressivos.

Relatórios

Analistas do Coaf começaram a produzir os primeiros relatórios em 2011 quase de forma burocrática. Os alvos eram empresas que passaram a fazer movimentação financeira elevada. Os analistas não tinham ideia de que, três anos depois, o caso ganharia dimensão nacional.

"A gente acha que tem alguma coisa estranha acontecendo e manda os relatórios para a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público (MP)", disse o presidente do Coaf, Antônio Gustavo Rodrigues. "A investigação criminal é que vai constatar se houve ou não crime. Foi assim no mensalão. E está sendo assim agora."

A produção aumentou no ritmo do trabalho da PF e do MP. No ano passado, quando começaram as investigações formais, foram produzidos 29 relatórios. Neste ano, o Coaf remeteu 78 relatórios ao procurador da República Deltan Delagnol e ao delegado Márcio Anselmo.

As análises teriam começado a partir de empresas controladas pelo doleiro Alberto Youssef. Os analistas não imaginavam que, depois de preso e condenado, o doleiro teria fôlego financeiro para retomar e ampliar os negócios ilegais. No decorrer da análise, se depararam com as movimentações de grandes empreiteiras vinculadas a empresas de fachada do doleiro.

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