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Caso Battisti

Itália entra com ação no STF pedindo para ser ouvida no caso Battisti

País quer se manifestar em processo que STF analisa pedido de liberdade. Governo brasileiro concedeu refúgio político ao ex-ativista italiano

O governo da Itália entrou nesta sexta-feira (23) com uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando o direito de se manifestar no processo em que a Corte decidirá se liberta o ex-ativista italiano Cesare Battisti. Na última terça (20), o advogado do país no Brasil, Nabor Bulhões, já havia antecipado que entraria com o pedido no Supremo.

No mesmo dia, o embaixador da Itália no Brasil, Michele Valensise, se reuniu com o presidente do STF, Gilmar Mendes, e pediu que o Supremo ouça primeiro a Itália antes de decidir se vai libertar Battisti e, ainda, se vai arquivar o pedido de extradição.

No encontro, o embaixador manifestou a Mendes a "perplexidade" do governo da Itália sobre a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, que, no último dia 13 concedeu refúgio político a Battisti. O ex-ativista está preso no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, desde março de 2007.

O Supremo ainda aguarda um parecer da Procuradoria-Geral da República sobre o assunto. Com o documento, a Corte vai analisar o pedido de revogação da prisão preventiva da Battisti e decidir se suspende ou não o processo que pede a extradição.

É possível que o caso seja resolvido somente a partir do dia 2 de fevereiro, quando começa o ano judiciário. A concessão do refúgio a Battisti gerou um incidente diplomático entre Brasil e Itália, que recebeu a notícia com indignação, uma vez que Battisti era tido como um dos chefes da organização de extrema esquerda ''Proletários Armados pelo Comunismo."

Ele foi condenado à prisão perpétua em seu país, em 1993, por envolvimento em quatro assassinatos cometidos entre 1978 e 1979. Ele sempre negou os crimes.

Carta

Na quinta-feira (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma carta de resposta ao presidente da Itália, Giorgio Napolitano, defendendo o refúgio político concedido pelo governo brasileiro ao ex-ativista Cesare Battisti.

Também em carta, no último sábado (17), o presidente italiano havia contestado a decisão do governo brasileiro e pediu a Lula a revisão da decisão. Contudo, a divulgação antecipada do conteúdo da carta do italiano para a imprensa teria irritado o presidente brasileiro, que considerou a atitude "deselegante".

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