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Judiciário

Itália nega liberdade a Pizzolato; Brasil abre processo para extradição

Condenado no mensalão teve seu pedido de liberdade provisória negado ontem pela Justiça italiana. Juízes consideraram que existe “risco de fuga”

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A Justiça italiana negou ontem o pedido do paranaense Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil condenado no processo do mensalão, para acompanhar em liberdade seu processo de extradição. Numa audiência de duas horas no Tribunal de Bolonha, os juízes italianos consideraram que existe "risco de fuga" por parte do brasileiro e optaram por mantê-lo na prisão de Módena.

INFOGRÁFICO: Veja qual o trâmite do pedido de extradição de Pizzolato

Foragido desde novembro, o condenado foi preso na última quarta-feira na Itália. Ele fugiu para o país para evitar a prisão no Brasil após ser condenado a 12 anos e 7 meses de prisão pelos crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em uma audiência realizada na manhã de ontem, Pizzolato informou ao juiz italiano que não pretende voltar ao Brasil.

O governo brasileiro, porém, iniciou o processo para pedir sua extradição. O Ministério da Justiça informou ontem que já comunicou formalmente o Supremo Tribunal Federal (STF) que Pizzolato foi localizado e preso pela polícia italiana "para fins de extradição". Trata-se de um procedimento preparatório, antes do início formal do processo de pedido de extradição.

Um tratado firmado entre Brasil e Itália prevê que uma prisão para fins de extradição tem prazo de 40 dias. Vencido esse período sem a formalização do pedido de extradição, o detido pode ser liberado. A Itália, contudo, não é obrigada a extraditar nacionais. O ex-diretor do BB tem dupla cidadania: brasileira e italiana.

Na última quinta-feira, pela primeira vez, a polícia italiana deixou claro que existem "possibilidades legais concretas" de que Pizzolato seja extraditado para o Brasil, mesmo diante do fato de ele ter nacionalidade italiana. Uma decisão final, porém, será política. A defesa de Pizzolato acredita que a decisão sobre a extradição saia apenas no fim do semestre.

"Vítima de processo político"

Ao declarar perante uma corte italiana que não quer ser extraditado, Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, disse ontem que sua condenação no mensalão foi resultado de um "processo político". "Pizzolato explicou as razões pelas quais ele veio do Brasil. Segundo ele, seu processo não foi administrado de uma maneira correta e que foi um processo político", disse o advogado do condenado, Lorenzo Bergami. "Ele disse que não cometeu [os crimes pelos quais foi condenado]", completou.

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