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Jorge Zelada era afilhado de Eduardo Cunha na Petrobras

Presidente da Câmara assumiu indicação do executivo em 2009

Engenheiro de carreira da Petrobras desde 1980, Zelada foi escolhido pelo deputado Fernando Diniz (PMDB-MG), então presidente do partido em Minas Gerais e deputado federal | STRINGER/BRAZIL/REUTERS
Engenheiro de carreira da Petrobras desde 1980, Zelada foi escolhido pelo deputado Fernando Diniz (PMDB-MG), então presidente do partido em Minas Gerais e deputado federal (Foto: STRINGER/BRAZIL/REUTERS)

O ex-diretor internacional da Petrobras, Jorge Zelada, substituiu o então diretor da área Nestor Cerveró, em 2008, em meio a problemas na governança da estatal e no relacionamento do governo com o PMDB. Cerveró, ligado ao senador Delcídio Amaral (PT-MS), tinha apoio do PMDB do Senado. Na época, quando a estatal já previa prejuízos com o caso da Refinaria de Pasadena, nos EUA, um acordo determinou que Cerveró sairia para dar lugar a um nome do PMDB da Câmara.

Engenheiro de carreira da Petrobras desde 1980, Zelada foi escolhido pelo deputado Fernando Diniz (PMDB-MG), então presidente do partido em Minas Gerais e deputado federal. Houve uma disputa entre as bancadas do PMDB da Câmara do Rio e de Minas pelos comandos de Furnas e da Diretoria Internacional da Petrobras. Os cariocas ficaram com Furnas, cuja indicação foi feita por Eduardo Cunha; enquanto Diniz bancou o nome de Zelada.

No ano seguinte, Diniz morreu. Zelada ficou sem padrinho no cargo e passou a desconsiderar as demandas dos peemedebistas mineiros que se uniram para pedir internamente que alguém no partido com poder assumisse a “paternidade” parra mantê-lo no cargo.

Foi aí, segundo relatos de integrantes do PMDB, que Cunha passou a bancá-lo na diretoria da estatal. No entanto, Zelada passou a se enfraquecer dentro da empresa e sua atuação começou a ser acompanhada com lupa por Maria das Graças Foster, quer era diretora de Gás e Energia da Petrobras no governo Lula por indicação da então ministra Dilma Rousseff.

Em 2011, ao assumir a Presidência da República, Dilma começou a desfazer os acordos políticos que mantinham a diretoria da Petrobras para trocar executivos nos quais não confiava. Em 2012, ela finalmente reuniu as condições para trocar o então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, por Graça.

GRAÇA ACUMULOU POSTO

A executiva desencadeou então uma reestruturação da diretoria, que levou à demissão de Paulo Roberto Costa (Abastecimento) e Renato Duque (Serviços), que foram substituídos por nomes próximos aos partidos que haviam indicado os antecessores: PP e PT, respectivamente.

No caso da Diretoria Internacional, que era da cota do PMDB, Zelada também foi demitido, mas Graça não escolheu substituto. O posto foi fechado e a diretoria passou a ser acumulada pela própria presidente da Petrobras.

No relato de executivos da estatal, foi uma forma de estancar esquemas de corrupção. Na Petrobras, essa decisão é apontada como um dos agravantes do difícil relacionamento entre Dilma e Cunha. Um grupo de peemedebistas de Minas, liderados pelo deputado Mauro Lopes, chegou a fazer um abaixo-assinado pedindo à cúpula partidária a permanência de Zelada no cargo, mas ninguém se moveu, nem mesmo Cunha, que já enfrentava restrições de Dilma.

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