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O jornalista Luiz Lanzetta pediu neste sábado (5) desligamento da pré-campanha de Dilma Rousseff (PT). O pedido foi confirmado ao G1 pela assessoria da pré-candidata. Lanzetta é proprietário da empresa Lanza, responsável pela contratação de integrantes da equipe de comunicação da campanha do PT e é apontado de envolvimento em suposta espionagem contra o pré-candidato tucano à Presidência, José Serra.

Em reportagem publicada pela revista "Veja" neste final de semana, o delegado aposentado da Polícia Federal Onésimo Sousa disse que Lanzetta havia proposto a montagem de um esquema de espionagem contra José Serra durante uma suposta reunião de integrantes da campanha de Dilma Rousseff. O G1 não conseguiu contato com Lanzetta, pois o telefone dele estava desligado.

De acordo com a revista, a proposta teria sido feita durante almoço no dia 20 de abril, no restaurante Fritz, em Brasília. Entre as pessoas que teriam participado do encontro estariam Lanzetta, Onésimo e o sargento da reserva e ex-agente do serviço secreto da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, conhecido como o Dadá. O G1 entrou em contato com Onézimo e Idalberto e ainda aguarda retorno das ligações.

As informações sobre a montagem do suposto dossiê já provocam reações da oposição no Congresso. O líder do bloco da minoria – PSDB, DEM, PPS – na Câmara, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), anunciou neste sábado (5) que o seu partido prepara um conjunto de ações judiciais e políticas para tentar apurar as denúncias de suposta espionagem contra José Serra.

Para tentar averiguar a suposta contratação de arapongas, o líder tucano afirmou que vai apresentar requerimento à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência, para convocar Onézimo Sousa e Idalberto Matias de Araújo para depor.

Sobre as medidas do PSDB, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que a base governista não tem relação nem está preocupada com o assunto e que a "confusão" é um problema para a oposição.

"Não existiu arapongagem e não partiu do PT nenhuma ordem para espionar o Serra", disse Vaccarezza. "A oposição quer desviar o debate com essas acusações", complementou o petista.

'Falsidade'

A pré-candidata do PT nega que exista um dossiê sobre Serra. Nesta sexta, em Brasília ela disse que considerava "uma falsidade" as acusações. "Acho uma falsidade e uma ignomínia. Tais documentos, se existem, não foram produzidos por nós. Tenho certeza que a verdade vai prevalecer. Acho que estou sendo claramente injustiçada", afirmou.

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, anunciou que vai questionar Serra judicialmente para que ele confirme as declarações em que acusa a petista de ser responsável pelo suposto dossiê. "Ele acusou a Dilma. Primeiro vamos interpelar para ver se ele confirma o que disse. A partir dessa confirmação, teremos margem para um processo", afirmou Dutra.

"Isso é factoide para enganar a imprensa", declarou Serra, após o anúncio de Dutra. Segundo o pré-candidato, quem tem que de se explicar é o PT e a pré-candidata petista por ter sido "descoberto um esquema de dossiê fajuto e difamante da parte deles".

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