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José Dirceu no dia em que saiu da cadeia, último 4 de novembro | Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
José Dirceu no dia em que saiu da cadeia, último 4 de novembro| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

Executivos de seis empreiteiras serão acusados de organização criminosa

As regras de combinação de obras da Petrobras, com regulamento e normas iguais a de um torneio de futebol, vão integrar as denúncias que a força-tarefa do Ministério Público Federal e da Polícia Federal apresenta essa semana à Justiça Federal, no Paraná, contra 11 executivos de seis das maiores empreiteiras do país. Presos desde o dia 14 de novembro, provisoriamente, eles serão formalmente acusados de fraudes em licitação, desvios de recursos públicos, corrupção, lavagem de dinheiro evasão de divisas, formação de cartel e organização criminosa.

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A empresa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT-SP) recebeu um total de R$ 886 mil entre maio de 2010 e fevereiro de 2011 da empreiteira Camargo Corrêa para serviços diversos de consultoria, tais como "análise de aspectos sociológicos e políticos do Brasil", "assessoria na integração dos países da América do Sul" e "palestras e conferências internacionais". A primeira parcela paga foi de R$ 221 mil. As demais, de R$ 73,8 mil.

Os pagamentos foram divulgados nesta segunda-feira (8) no site da revista "Época". A Folha de S.Paulo também localizou, nos autos da Operação Lava Jato, a cópia do contrato fechado em abril de 2010 entre a Camargo Corrêa e a JD Assessoria e Consultoria, uma pequena empresa do ex-ministro que funciona na avenida República do Líbano, no Ibirapuera, em São Paulo.

A cópia do contrato e os registros dos pagamentos foram apreendidos pela Polícia Federal na sede da empreiteira Camargo Corrêa, na avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo, durante a sétima fase da Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal no dia 14 de novembro e que levou à prisão diversos empresários da construção civil. Um dos consórcios liderados pela Camargo Corrêa tem um dos maiores contratos para a construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, de R$ 4,78 bilhões.

De acordo com o contrato, a empresa de José Dirceu, além das palestras e consultorias, deveria "permanecer à disposição" da empreiteira para "prestar quaisquer informações, quando solicitada, sobre os serviços para os quais foi contratada". Também deveria trabalhar para a "divulgação do nome da contratante [Camargo Corrêa] dentro da comunidade internacional e nacional".Pelo contrato, a Camargo Corrêa também ficou responsável por "fornecer todo e qualquer material, elementos e informações, incluindo, mas não limitando, passagens aéreas, hospedagens e informações sobre seus objetivos necessários para instruir e orientar a atuação" da JD Assessoria.

No mesmo endereço da Camargo Corrêa, a PF apreendeu contratos assinados entre a empreiteira e outras empresas de consultoria, dentre as quais a Treviso Empreendimentos, no valor de R$ 18 milhões, e a Piemonte Empreendimentos, no valor de R$ 6,1 milhões. Essas duas consultorias eram dirigidas pelo empresário Julio Camargo, que também trabalhava com a Toyo Setal. Durante a Operação Lava Jato, Camargo fez uma delação premiada e revelou que fazia pagamentos para o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, e o ex-gerente de engenharia da petroleira Pedro Barusco.

O ex-ministro disse por meio de sua assessoria que o contrato não tem qualquer relação com a Petrobras e que os serviços foram prestados no exterior. A Camargo Corrêa não se pronunciou sobre o pagamento a José Dirceu até as 20h dessa segunda (8).

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