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Escândalos na Petrobras

Judiciário não deve guardar "segredos sombrios", diz juiz ao divulgar delações

Juiz federal Sérgio Moro afirmou que divulgar informações sobre processo não signica "vazamento"

Para justificar nesta quinta-feira (12) a divulgação de 63 novos depoimentos das delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e do ex-diretor Paulo Roberto Costa na Operação Lava Jato, o juiz federal Sérgio Moro afirmou que "não se trata aqui de 'vazamento'" e que "não se presta o Judiciário para ser o guardião de segredos sombrios".

Em seu despacho, Moro explicou que recebeu os depoimentos do STF (Supremo Tribunal Federal) em 21 de janeiro e que, após isso, foi necessário examiná-los para verificar se a divulgação deles não prejudicaria as investigações em andamento.Feito isso, diz ele que decidiu "levantar o sigilo sobre prova em processo sobre o qual não foi decretado segredo de Justiça".

Os depoimentos divulgados, porém, não incluem aqueles que citam autoridades com foro privilegiado. Estes ainda são sigilosos e estão sendo examinados pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

"Oportuno também ressalvar que a palavra de criminosos colaboradores deve sempre ser vista com desconfiança e que a publicidade ora conferida não significa aval deste Juízo quanto à veracidade das declarações. Os depoimentos devem ser amparados em prova de corroboração, o que ocorreu parcialmente, sem que se possa ainda emitir juízo conclusivo", escreveu Moro.

Para evitar atritos com o STF, que ainda não divulgou nem a lista dos políticos citados e que ainda analisa os depoimentos da delação premiada, Moro também escreveu que "não existe aqui, antes que se interprete o contrário, qualquer crítica ao procedimento adotado no Egrégio Supremo Tribunal Federal".

Diz que não se pode afirmar que já há condições de o Supremo fazer o mesmo e levantar o sigilo sobre as delações porque cada processo tem "fases diferenciadas de amadurecimento".

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