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processo arrastado

Julgamento de Cunha não chega nem ao plenário da Câmara, diz Serraglio

Paranaense Osmar Serraglio nega ter defendido a anistia de Eduardo Cunha, investigado pelo Conselho de Ética da Casa, mas pondera a forte articulação política do colega

Osmar Serraglio (PMDB-PR) diz que o processo de cassação de mandato de Eduardo Cunha deve se arrastar no Conselho de Ética | Wenderson Araujo/Gazeta do Povo
Osmar Serraglio (PMDB-PR) diz que o processo de cassação de mandato de Eduardo Cunha deve se arrastar no Conselho de Ética (Foto: Wenderson Araujo/Gazeta do Povo)

O julgamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) não deve nem ter forças para ser apreciado e julgado pelo plenário da Casa. Essa é a previsão do deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR). “Pela leitura que faço do processo, Cunha vai conseguir arrastar o processo no Conselho de Ética até o fim do ano, quando acaba seu mandato [como presidente da Casa]”, afirma.

Serraglio nega que tenha defendido a anistia ao atual presidente da Câmara, como informou o site Congresso em Foco. “Eduardo Cunha exerceu um papel fundamental para aprovarmos o impeachment da presidente. Merece ser anistiado”, teria dito o deputado, de acordo com o meio de comunicação. “Nunca falei isso. O que eu disse é que se Cunha conseguiu arrastar o processo do Conselho de Ética até agora, ele deve ter a maioria lá e conseguirá arrastar o trâmite até o fim do ano. É uma leitura pragmática. Anistia é impensável”, relatou Serraglio à Gazeta do Povo.

O deputado federal Dilceu Sperafico (PP), que segundo o mesmo portal, teria defendido que seria necessário “salvar” Cunha, desmente as informações. “Vamos esperar o Conselho de Ética e se o caso chegar para a gente vou votar pela cassação se tiver provas que levem a isso”, diz.

O caso

Cunha responde a processo no Conselho de Ética da Casa por ter mentido à CPI da Petrobras em março de 2015, quando afirmou que não tinha contas em paraísos fiscais. Na semana passada, o deputado Fausto Pinato (PP-SP), primeiro relator do processo de cassação de Eduardo Cunha, renunciou à sua vaga no Conselho e foi substituído por Tia Eron (PRB-BA). Com a decisão, o presidente da Câmara deve passar a ter maioria no colegiado, já que ela, integrante da bancada evangélica, deve votar a favor de Cunha.

Após várias manobras para adiar seu julgamento, Cunha não deve ser cassado. O máximo que deve ocorrer é ele deixar a Presidência da Câmara, mas manter o mandato e o foro privilegiado. O processo contra Cunha, aberto em novembro de 2015, é marcado por vários recursos da defesa e adiamentos e é considerado o mais longo processo de cassação da história do Legislativo.

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