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Atuação

Luís Roberto Barroso é conhecido por sua atuação ligada à defesa dos direitos humanos. Entre as causas em que saiu vencedor no STF, estão alguns temas polêmicos. Confira:

Uniões homoafetivas

Os ministros estenderam o mesmo regime jurídico das uniões estáveis tradicionais às uniões homoafetivas. Para Barroso, este é um assunto relativo à vida privada e cabe ao Estado "respeitar a diversidade, fomentar a tolerância e contribuir para a superação do preconceito e da discriminação".

Interrupção da gestação de fetos anencéfalos

O pedido da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde foi outra causa defendia por Barroso no Supremo. Para o futuro ministro, quando ocorre a anencefalia, a interrupção da gravidez não poderia ser considerada aborto, já que o feto não teria vida extrauterina.

Pesquisas com células-tronco embrionárias

Além de garantir a atuação de cientistas brasileiros nos estudos, para Barroso, a decisão que legitima as pesquisas com células-tronco é fundamental para manter a esperança de cura de algumas doenças e reafirma a laicidade do Estado brasileiro.

Cesare Battisti

Sem cobrar honorários, Barroso assumiu a defesa do italiano no STF, pois entendeu que o processo não havia seguido a devida legalidade e que houve desrespeito à ampla defesa do acusado.

Os elogios da comunidade jurídica à indicação do professor Luís Roberto Barroso para ocupar a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) têm razão de ser, pelo menos na opinião de especialistas em direito constitucional ouvidos pela reportagem da Gazeta do Povo. O perfil técnico, a carreira coerente e as convicções expostas de forma transparente são apontados como as principais qualidades do futuro ministro, que ainda depende de aprovação do Senado para ocupar a cadeira deixada por Carlos Ayres Britto.

Segundo o advogado e professor de Direito Constitucional na Universidade Federal do Paraná (UFPR), Clèmerson Merlin Clève, além de ser um homem dedicado à academia, Barroso é um jurista respeitado por sua força argumentativa e pela atuação como advogado, quase sempre vitorioso na defesa de suas causas. "Ele integra uma geração de constitucionalistas que abraçou a causa da efetividade da Constituição. Opera no direito constitucional normativo e, mais do que isso, no direito constitucional democrático", aponta.

Para o também constitucionalista e professor da UFPR Egon Bockmann Moreira, a oportunidade de colocar em discussão no STF suas teorias muitas vezes polêmicas na área de direitos fundamentais (veja mais no quadro ao lado) será um dos desafios a ser enfrentado por Barroso. "Nem sempre é fácil concretizar direitos fundamentais, ainda mais em um Estado que não tem receita para concretizá-los", analisa.

Para os dois especialistas, a entrada do novo ministro deve elevar o tom dos debates no tribunal constitucional, tornando-os mais complexos e aprofundados. "Ele é um advogado de teses, que desenvolve argumentações com capacidade impressionante de enfrentar temas difíceis, com uma linguagem cristalina e transparente. Além de possuir integridade intelectual, o Barroso fala tão bem quanto escreve", elogia Clève.

A partir dessa característica, o professor acredita que o novo ministro deve ser, ao mesmo tempo, ponderado e defensor de suas causas, principalmente no que diz respeito aos embates recentes travados entre Legislativo e Judiciário. "Ele deve ficar com um olho na Constituição e o outro na ideia de harmonia entre os poderes", prevê.

Já no início dos trabalhos no STF, Barroso terá de julgar os recursos dos 25 condenados do mensalão e, possivelmente, será o relator da ação penal do mensalão mineiro. "Podemos esperar um ministro de cujos votos vamos nos orgulhar", resume Bockmann.

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