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A Justiça Federal do Paraná mandou bloquear até R$ 106 milhões em ativos de Nestor Cerveró, ex-diretor da área internacional da Petrobras. Cerveró responde por lavagem de dinheiro e teve confiscado um apartamento que vale R$ 7,5 milhões na Rua Nascimento e Silva, em Ipanema. A decisão do juiz Sérgio Moro foi proferida em janeiro passado, mas até agora só foram de fato bloqueados em contas bancárias de Cerveró pouco mais de R$ 9 mil.

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O valor de R$ 106 milhões corresponde à quantia, em reais, dos US$ 40 milhões que teriam sido pagos a Cerveró como propina pela Samsung em 2006 e 2007, em duas operações de venda de navios-sonda para a Petrobras. A operação teria sido intermediada por Júlio Camargo, que fez acordo de delação premiada com a Justiça, e por Fernando Soares, o Fernando Baiano, que segue preso na Polícia Federal de Curitiba.

Moro determinou também a quebra do sigilo bancário e fiscal de Cerveró e de Marcelo Oliveira Mello, que foi gerente da área jurídica de Assuntos Internacionais da Petrobras entre 1987 e 2004 e do departamento jurídico da Braspetro. Mello assinou como dono da Jolmey do Brasil, uma subsidiária da offshore uruguaia Jolmey Sociedad Anônima, que pertencia a Cerveró e que aparecia como dona do apartamento de Ipanema. Foi ele quem assinou também um falso contrato de locação do apartamento com a mulher de Cerveró. O endereço da empresa era o mesmo da residência de Mello e, quando o caso começou a ser investigado pela Polícia Federal ele trocou o endereço pelo de uma casa abandonada em Saquarema.

Mello passou a administrar a empresa de Cerveró em novembro de 2008 e continuou até o início de julho passado. Quando surgiram os primeiros indícios contra Cerveró, o advogado transferiu a administração da Jolmey para Selson Martins Ferreira, funcionário de um escritório de contabilidade de Niterói que assina outras duas empresas.

Mello foi sócio do escritório Tauil, Chequer & Mello, parceiro da Thompson & Knight, a mesma banca de advogados que defendeu a Petrobras nos processos que envolviam a estatal e sua sócia Astra Oil na refinaria de Pasadena. A insistência na briga judicial permitiu ganhos ao escritório de advocacia e elevou ainda mais o prejuízo da Petrobras com a refinaria do Texas.

Segundo o Ministério Público Federal, a Petrobras “chegou a gastar R$ 7,9 milhões em razão de um litígio com a bela Astra Oil, tendo o escritório Thompson & Knight recebido parte desse valores”.

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