No terceiro mandato como deputado federal pelo Paraná, Alfredo Kaefer decidiu sair do PSDB e se filiar ao PSL. Em entrevista à Gazeta do Povo nesta quarta-feira (3), Kaefer afirma que “nunca foi prestigiado” pelo governador do Paraná, Beto Richa, principal liderança estadual hoje do partido, e que ajustes fiscais como aqueles implantados pelo governo estadual em 2015 não estão em sintonia com as posições que ele assume no plano nacional, em relação à petista Dilma Rousseff. “Eu não participei das mudanças que foram feitas no Paraná. O aumento da carga fiscal, da carga tributária, é exatamente aquilo que eu sempre condenei aqui em Brasília. Há uma dicotomia”, critica ele.
Kaefer também relata que teria sido preterido em dezenas de situações. Citou a recente disputa pela presidência do PSDB no Paraná e as articulações partidárias nas eleições municipais de 2012. “Eu postulava a presidência, estava na fila, e o Beto Richa preferiu colocar uma pessoa mais próxima [Ademar Traiano]. Não fui chamado nem para participar como membro do diretório. Nas eleições de 2012, me coloquei à disposição para a disputa pela Prefeitura de Cascavel, mas o Beto Richa direcionou a força para o Maurício [Theodoro], o cunhado do Luiz Abi Antoun, que integrava a chapa como vice. É uma somatória de coisas ao longo dos anos”, justifica ele.
“Eu diria que há um bom grau de ingratidão do governador. Fui sempre um homem de partido. Arregaçamos a manga por ele diversas vezes. Abri muitas frentes para ele no interior, em especial no Oeste e Sudoeste. Mas vi que não tenho espaço no partido”, afirma Kaefer.
Recentemente, outro tucano também deixou a sigla. O senador Alvaro Dias confirmou a ida para o PV, também alegando distanciamento da direção estadual do PSDB.
PSL
Kaefer afirma que conversou com lideranças nacionais do PSDB, que não devem pedir seu mandato na Justiça Eleitoral, a partir da desfiliação. Mas, por cautela, deve esperar a “janela” de desfiliação, prevista para abrir no próximo dia 18. “Não tenho nada contra o partido nacional. O meu problema foi com o PSDB estadual”, destaca ele.
O deputado federal disse que recebeu convites de partidos, como o DEM, PRB, PSC, mas que optou pelo PSL, partido que hoje tem apenas dois deputados federais. A expectativa é atrair mais gente a partir da “janela” da desfiliação, com a formação de uma bancada de, ao menos, cinco parlamentares. “Devo assumir a vice-presidência nacional do PSL e já foi deliberado que eu vou presidir o conselho político nacional do partido, com a missão importante de organizar todos os diretórios regionais do país”, explica ele.
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