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Michel Temer comandou o desembarque do PMDB do governo Dilma, oficializado nesta terça-feira (29). | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Michel Temer comandou o desembarque do PMDB do governo Dilma, oficializado nesta terça-feira (29).| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

A oficialização do desembarque do PMDB do governo Dilma Rousseff (PT), nesta terça-feira (29), aproxima ainda mais a petista do impeachment pelo Congresso Nacional e, consequentemente, Michel Temer da Presidência.

O caminho a ser enfrentado pelo atual vice, porém, deve ser marcado pela instabilidade. A começar pela manifestação popular, que deixou a #RenunciaTemer nos TrendingTopics do Twitter, nesta terça.

O peemedebista também não deve fugir de citações na Operação Lava Jato e dos pedidos de impugnação da chapa que o elegeu no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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O líder do PT no Senado Humberto Costa (PE) já avisou, em discurso na Casa nesta segunda-feira (28), que “não haverá trégua” sobre uma possível posse de Temer como presidente.

Ele disse que o peemedebista será “seguramente” o próximo a cair, caso Dilma seja deposta do cargo. “Não pense que os que hoje saem organizados para pedir ‘Fora, Dilma’ vão às ruas para dizer ‘Fica, Temer’, para defendê-lo. Não!”, discursou.

A ex-ministra Marina Silva (Rede Sustentabilidade), em entrevista ao apresentador Jô Soares, na madrugada desta terça, resumiu a possível ascensão de Temer como um “bololô”. Para ela, ambos as legendas que formam a cúpula do governo têm responsabilidade sobre a crise atual. “Os dois partidos [PT e PMDB] estão implicados igualmente”, afirmou Marina.

A Rede defende que a melhor saída seria a impugnação da chapa Dilma-Temer e prepara um pedido de impeachment do peemedebista antes mesmo da saída de Dilma. O deputado federal paranaense Aliel Machado, que faz parte da legenda, já declarou que, se o partido não apresentar o documento, ele mesmo cogita fazê-lo. “Se o vice-presidente cometeu os mesmos atos da presidente, não faz sentido tratar as situações de modo diferente”, afirma.

O advogado de Temer no TSE, Gustavo Guedes, afirma que é prematuro falar das possíveis consequências do processo. Ele aponta que a recente junção das quatro ações contra a chapa deve atrasar o julgamento no Tribunal. “As ações atrasadas aguardarão as mais novas”, explica. Guedes observa, porém, que como se trata de procedimento de cunho eleitoral, ele não poderia justificar um possível pedido de impeachment de Temer.

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Na Lava Jato

Além do imbróglio no TSE, Temer deve enfrentar investigações no âmbito da operação Lava Jato. Ao menos dois delatores do caso – o senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) e o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró – citaram o nome do vice-presidente.

Delcídio relatou que Temer foi “o grande patrocinador” da indicação de Jorge Zelada para a área internacional da estatal. O ex-diretor, que seria o operador do PMDB no esquema, foi condenado a 12 anos de prisão na Lava Jato. Temer admite que chegou a se encontrar com Zelada, mas afirma que a indicação ocorreu pela bancada do partido em Minas Gerais.

O senador também relacionou Temer ao lobista João Augusto Henriques, que sucederia Cerveró na Petrobras – a indicação, segundo Delcídio, foi barrada pela presidente Dilma. O peemedebista nega relação com o lobista. O vice-presidente é apontado ainda como articulista na manutenção de Cerveró na direção da estatal. Ele nega.

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