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Mais um acordo de delação premiada pode surgir nos próximos dias na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Nesta terça-feira (11), o juiz federal Sérgio Moro suspendeu a ação penal que acusava Paulo Roberto Costa e seus familiares de ocultar provas até que o Ministério Público Federal (MPF) se manifeste sobre a existência ou não de um novo acordo envolvendo réus dessa ação penal, mas sem especificar quem estaria negociando a colaboração com a investigação. O próximo passo nesta ação penal seria a designação do interrogatório dos cinco acusados. "Foi noticiada, entretanto, a possibilidade de formalização de acordo de colaboração premiada com os familiares de Paulo Roberto Costa, acusados no presente processo", diz a decisão de Moro. O juiz federal concedeu um prazo de 20 dias para que o MPF se manifeste sobre o caso.

A reportagem da Gazeta do Povo tentou entrar em contato com os advogados que representam Costa e sua família, mas nenhum foi localizado para comentar o assunto.

Denúncia

No dia 17 de março de 2014, no escritório da Costa Global Consultoria, os denunciados teriam impedido e embaraçado a investigação da PF, ocultando provas. A PF cumpria um mandado de busca e apreensão para colher provas para os crimes de peculato, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Acordos

O primeiro acordo de delação premiada no caso Lava Jato foi homologado pela Justiça Federal em setembro deste ano. Luccas Pace Junior, acusado de crimes financeiros e lavagem de dinheiro na ação penal que envolve o núcleo comandado pela doleira Nelma Kodama, firmou o acordo com o MPF para contar tudo o que sabe sobre o esquema.

O ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, também firmou um acordo com o MPF e comprometeu-se a devolver cerca de R$ 70 milhões — valores mantidos em contas e referentes a investimentos no exterior. O acordo foi homologado no início do mês passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Costa listou a relação de mais de 30 políticos envolvidos com o esquema de corrupção na Petrobras. Em seu depoimento, o ex-diretor cita pelo menos 25 deputados federais, seis senadores, três governadores, um ministro de Estado e pelo menos três partidos políticos - PT, PMDB e PP -, que teriam tirado proveito de parte do dinheiro roubado dos cofres da estatal. Ele cumpre prisão domiciliar no Rio de Janeiro desde o início do mês passado. O doleiro Alberto Youssef também firmou acordo de delação. Ele está prestando depoimentos à PF e ao MPF desde o início do mês passado. A expectativa é de que pelo menos R$ 30 milhões possam ser recuperados através da colaboração do doleiro.

O advogado Carlos Alberto Pereira da Costa, laranja de Youssef, também aceitou colaborar com as investigações. Ele foi solto em setembro desse ano e prometeu contar o que sabe em troca de uma pena menor. O acordo ainda não foi homologado pela Justiça.

Considerado braço direito de Carlos Habib Chater, o réu Ediel Viana da Silva também colaborou com a Justiça. Ele prestou depoimentos aos investigadores, mas o acordo de delação premiada não foi homologado. Ele foi solto no mês passado, depois de colaborar.

Empresários

Executivos das empresas citadas no esquema envolvendo desvio de recursos da Petrobras também decidiram colaborar com a Justiça. O empresário Júlio Camargo (que agia em nome da Toyo Setal) firmou acordo de delação premiada e se comprometeu a devolver R$ 40 milhões aos cofres públicos. O empresário Augusto Mendonça, também da Toyo Setal, também resolveu colaborar com a Justiça, mas ainda não se sabe o possível valor de ressarcimento.

A força-tarefa da Lava Jato espera recuperar R$ 500 milhões com os acordos de delação até março do ano que vem, quando devem se encerrar os trabalhos de investigação.

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