Depois de criticar tentativas de anistiar o caixa dois eleitoral, de endurecer as penas para abuso de autoridade e outras propostas restritivas à investigações contra a corrupção, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse nesta sexta-feira (11) que não se pode aceitar retrocessos na Operação Lava Jato. Janot chegou a comparar a corrupção com uma vara que, se não for devidamente quebrada, pode retornar como um chicote contra os agentes públicos encarregados do combate aos desvios de dinheiro público. Nos últimos dias, deputados e senadores atingidos pela operação vem tramando medidas para esvaziar parte da Lava Jato e outras investigações criminais.
“Nós chegamos a esse ponto da investigação. Envergamos uma vara. Se agora isso não prossegue, essa vara volta chicoteando todo mundo. Essa vara tem que ser quebrada”, afirmou Janot, num café com jornalistas na manhã desta sexta-feira.
Ilusão
O procurador-geral disse que a Lava Jato não vai acabar com a corrupção no país. E que isso seria uma ilusão. Ele entende, no entanto, que as investigações têm tido forte impacto e estão pondo fim ao que ao que chama de corrupção endêmica, ou seja, a apropriação de bens e dinheiro público numa prática generalizada e tida como natural. “Ninguém tem a ilusão de que essa investigação vai acabar com a corrupção. A gente tem que controlar essa corrupção. Nisso a Lava Jato vai ajudar.Estamos por vencer a corrupção endêmica.”
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