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Em meio ao esgarçamento da relação entre PT e PMDB e diante da possibilidade de derrotas do governo em votações como a das propostas que estabelecem o ajuste fiscal, lideranças do governo chegam ao final deste primeiro mês legislativo com o desenho de um “novo modelo” de governabilidade em mãos.

Entre os incentivadores dessa mudança na relação com os aliados está o ex-presidente Lula, que defendeu, em jantar realizado nesta quarta-feira, 25, em Brasília com integrantes da bancada do PT do Senado, uma “chacoalhada” na articulação política do governo da presidente Dilma Rousseff. Lula se reúne nesta manhã,26, com senadores do PMDB.

Conhecedor das discussões internas do governo e do PT, o vice-presidente da legenda e líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE), defende o ingresso de outros aliados, como o PMDB, ao chamado núcleo duro de governo. O partido detém o comando do Senado, com Renan Calheiros (AL), e da Câmara, com Eduardo Cunha (RJ).

“O núcleo de gestão deve ser composto pela presidente Dilma, o vice-presidente Michel Temer, e ministros da escolha da presidente”, disse Guimarães. Atualmente, participam do grupo responsável pela condução das principais tomadas de decisão apenas representantes do PT. Além da ampliação do núcleo para outros partidos, o petista acredita que também é necessário criar espaços para líderes partidários e presidentes das legendas aliadas no processo de recomposição da base de apoio ao governo.

“É preciso que seja criado um Conselho Político com líderes da base aliada e presidentes dos partidos, com reuniões a cada 15 dias, para se fazer a discussão de temas importantes na área econômica e de reformas necessárias ao País”, ressalta o líder. “A ideia é que, dessa forma, se criasse um ambiente em que os integrantes da base aliada pudessem formular, propor e defender as propostas de governo”, acrescentou.

O líder do governo também defende, neste novo modelo de governabilidade, a participação direta junto aos congressistas dos ministros para discutir e esclarecer as propostas relacionadas às respectivas pastas. “Temos que ter a presença dos ministro aqui na Casa, a ausência deles é um desserviço ao governo. Um ministro, por mais técnico que seja, não pode virar as costas para o Congresso”, afirmou.

Nesta semana, integrantes da equipe econômica do governo, comandada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, passaram a realizar encontros com representantes dos partidos aliados para defender a aprovação dos ajustes fiscais encaminhados ao Congresso.

“Acredito que esse modelo é o mais sadio que pode dar resultados à nova governabilidade. Sem esquecer, jamais, a governabilidade na área social, com ações junto aos setores. Acredito que entraremos num novo período de governabilidade”, avaliou Guimarães.

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