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Segundo maior colégio eleitoral do Paraná, Londrina terá um novo segundo turno hoje para escolher quem vai comandar o município até 2012. Cidade é comandada interinamente pelo presidente da Câmara Municipal | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Segundo maior colégio eleitoral do Paraná, Londrina terá um novo segundo turno hoje para escolher quem vai comandar o município até 2012. Cidade é comandada interinamente pelo presidente da Câmara Municipal| Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina

Imbróglio

Entenda a crise eleitoral em Londrina:

Maio de 2007 – Belinati é considerado inelegível após ter as contas reprovadas pelo TC do estado, por irregularidades no terceiro mandato como prefeito de Londrina, entre 1997 e 2000.

Junho de 2008 – Por meio de liminar, o então conselheiro do TC Hermas Bandão devolve a elegibilidade a Belinati. Dessa forma, o deputado não é incluído na lista enviada à Justiça Eleitoral contendo os nomes dos políticos com contas desaprovadas pelo Tribunal.

5 de setembro de 2008 – O TRE-PR cassa o registro de candidatura de Belinati, depois de o Ministério Público Eleitoral alegar que ele teve contas reprovadas pelo TC.

6 de outubro de 2008 – O TSE libera a candidatura de Belinati, a partir de um recurso impetrado pelo deputado. O MP, porém, recorre da decisão.

28 de outubro de 2008 – Dois dias depois de vencer o segundo turno da eleição para prefeito, Belinati tem o registro cassado pelo TSE.

19 de dezembro de 2008 – O TSE nega um recurso de Belinati que tentava reverter a cassação do seu registro de candidatura.

1.º de janeiro de 2009 – O vereador Padre Roque Neto (PTB) é eleito presidente da Câmara de Londrina. No dia seguinte, é empossado prefeito interino da cidade.

9 de março de 2009 – Os advogados de Belinati entram com um recurso extraordinário no STF para tentar reverter a cassação imposta pelo TSE.

26 de março de 2009 – O ministro Ayres Britto nega o recurso que tentava levar para o STF a discussão em torno da cassação do registro de Belinati.

29 de março de 2009 – Os eleitores londrinenses vão às urnas para escolher, em terceiro turno, o novo prefeito da cidade: Hauly ou Barbosa Neto.

3 de maio de 2009 – Data limite para que o candidato vencedor do terceiro turno seja empossado prefeito de Londrina.

Os desafios que esperam pelo novo prefeito

No início do mês, entre os dias 6 e 9, um levantamento feito pelo Instituto Paraná Pesquisas revelou que 65% dos londrinenses consideram a cidade insegura. Dos 814 entrevistados, 52% disseram que a segurança piorou nos últimos três anos. Nas ruas, as conversas entre os eleitores deixam claro que o próximo prefeito terá como principal desafio devolver a tranquilidade da Londrina de anos atrás.

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Saiba como votar ou justificar a ausência no pleito londrinense

Devem votar neste novo segundo turno todos os eleitores que estiverem com o título regularizado. Quem não compareceu à eleição de outubro, mas justificou a ausência, está apto a votar. O mesmo se aplica aos eleitores que deixaram de justificar o voto, mas ainda estão com o título em dia com a Justiça Eleitoral.

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Tem sido um período de muito trabalho, diz Padre Roque Neto

Tendo recebido exatos 2.708 votos em um colégio eleitoral com quase 342 mil eleitores, José Roque Neto (PTB) elegeu-se vereador e acabou ficando, também, com a prefeitura de Londrina. Logo em sua primeira tentativa de entrar na vida pública, Padre Roque Neto – como é conhecido pela população local – tornou-se prefeito da terceira maior cidade do Sul do país.

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  • Saiba mais sobre o munícipio de Londrina

Londrina - Cinco meses depois do segundo turno, os eleitores de Londrina voltam hoje às urnas para eleger o novo prefeito. Independentemente de quem saia vencedor – Luiz Carlos Hauly (PSDB) ou Barbosa Neto (PDT) –, a próxima gestão à frente da prefeitura irá romper um ciclo que começou em 1988 e, desde então, vem alternado PT e Antonio Belinati (PP) no poder municipal. No entanto, a disputa pode não valer de nada, já que o mesmo Belinati briga na Justiça para assumir o cargo por ter vencido a eleição em outubro do ano passado. O deputado estadual promete esgotar todas as vias legais na tentativa de reaver o registro de candidatura. O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), porém, já garantiu que o novo prefeito será empossado, no máximo, até o dia 3 de maio.

Mais uma vez, a disputa está polarizada entre dois candidatos com perfis distintos. Hauly faz a figura de um político administrador, mais ligado ao eleitor de classe média alta e com grande votação no centro da cidade. Por outro lado, Barbosa tem características populistas e exerce grande empatia junto ao eleitor de baixa renda, que vive na periferia – exatamente o perfil do eleitorado de Belinati. Na avaliação do professor de Ética e Filosofia Política Clodomiro José Bannwart, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), essa divisão clara entre os eleitores deve se traduzir em uma diferença mínima de votos neste "terceiro" turno. "Qualquer voto conquistado no reduto adversário pode decidir o resultado da eleição", afirmou.

Para evitar uma nova derrota na quarta tentativa em se tornar prefeito de Londrina, Hauly alterou um pouco seu estilo habitual e lançou mão de propostas tradicionalmente populares, como a construção de postos de saúde na periferia. Nos programas eleitorais, o tucano destacou sua experiência como político e o histórico de serviços prestados à cidade, além de defender, principalmente, a recuperação das perdas do ICMS local. Durante a campanha, recebeu apoios importantes dentro do PSDB – Alvaro Dias e Beto Richa – e, também, do governador Roberto Requião (PMDB). Questionado sobre como se sentia a poucas horas do dia da votação, Hauly disse: "Me sinto como em final de campeonato, vitorioso".

Do lado adversário, Barbosa abandonou o estilo moderno e sofisticado que não deu certo no primeiro turno e saiu em busca do eleitorado da periferia – boa parte formada por ouvintes e telespectadores dos programas policiais que ele apresentava em Londrina. Para garantir esses votos, o pedetista contou com o apoio de Belinati, que exerce grande domínio entre os eleitores mais pobres. Na campanha, garantiu que terá mais facilidade para trazer melhorias ao município, por ser aliado do governo federal e de vários ministros que, inclusive, apareceram em seu programa eleitoral, como Reinhold Stephanes, da Agricultura, e Carlos Lupi, do Trabalho. Como principal proposta, Barbosa defendeu a educação em tempo integral, bandeira nacional do PDT. "Estou muito animado e confiante com o resultado das urnas", declarou.

Decisão na Justiça

Apesar do apoio oficial a Barbosa Neto, Belinati negou que tenha desistido de tentar reverter a cassação de seu registro de candidatura no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, a atitude foi apenas uma forma de agradecer o apoio recebido no segundo turno. O deputado do PP demonstrou confiança em relação ao caso e garantiu que conseguirá ser empossado prefeito de Londrina. "Não abrimos mão do recurso, pelo contrário. Continuo perseverando pela legitimidade do meu mandato. Tenho expectativa de reverter a decisão mesmo depois da eleição, seja quem for eleito", afirmou.

Barbosa Neto admitiu que esse imbróglio judicial é um fantasma que ainda ronda os dois candidatos, mas se disse tranquilo sobre o assunto. No entanto, o pedetista declarou que reconhece a vitória de Belinati no segundo turno do ano passado. "Encaro com naturalidade a chance que existe de ele reassumir o cargo e eu me ver obrigado a deixar a prefeitura", revelou. "Afinal, o Belinati é o legítimo vencedor."

Já o tucano Hauly desconversou e disse que esse é um problema do TSE que não interferiu em nenhum momento na campanha. "Mas é claro que tudo isso prejudicou muito a cidade e o povo de Londrina. A Justiça errou várias vezes nesse assunto", lamentou. Quanto à possibilidade de Belinati ser empossado futuramente, Hauly afirmou que ninguém em sã consciência aceitaria uma situação como essa. "Não há como pensar ou admitir que um candidato cassado volte e assuma o cargo. Isso não existe", exaltou-se o tucano. "Se existir, é melhor fechar o Judiciário."

Ligado diretamente ao caso, o presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, defendeu a posição da entidade e alegou que o Tribunal estava sobrecarregado com 6 mil processos semelhantes no segundo semestre de 2008, na tentativa de explicar o desfecho tardio do julgamento. Ayres Britto ainda fez um apelo aos eleitores de Londrina para que compareçam às urnas no domingo. "Não se pode jogar pela janela a oportunidade de interferir no curso da vida democrática, de constituir as autoridades que vão representar o povo."

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Interatividade

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