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Brasília - O governo Lula começou a preparar a estratégia para colocar em votação no Congresso Nacional a criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS), já apelidada de nova CPMF. Ontem, Lula se reuniu com parlamentares da base aliada e defendeu a criação do novo imposto, que teria alíquota de 0,1% sobre movimentações financeiras. Apesar disso, o governo não quer assumir sozinho o ônus de ressuscitar a CPMF.

O ministro de Relações Insti­­­tu­­­cionais, José Múcio Monteiro, afirmou que a proposta, que aumentaria os recursos para a saúde, só deve ir a votação se houver uma mobilização conjunta de prefeitos e de governadores. Ele disse ainda que o governo não vai tomar a frente nessa discussão e que a oposição será chamada para discutir o assunto.

Segundo Múcio, o vice-presidente José Alencar defendeu a criação do tributo, enquanto Lula preferiu apenas ouvir os argumentos dos que estavam na reunião. "Se for o caso, vou à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) defender a CSS’’, disse Alencar.

O líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), afirmou que irá procurar os governadores tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), para propor um pacto. "Não podemos reeditar uma disputa entre governo e oposição. Pre­­­cisamos fazer um pacto’’, afirmou.

Segundo participantes do encontro, o presidente estimulou ainda o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, a conversar com todos os governadores e prefeitos de capitais e disse que só envolverá o Executivo no debate se houver apoio político.

Frustração

A posição tímida de Lula em defender a CSS frustou lideranças que defendem a recriação da contribuição para a saúde. Deputados da base esperavam sair da reunião com a proposta sendo encampada pelo governo. "O presidente, dentro de seu perfil, avançou. Pediu a mobilização do Congresso. Disse que se não tivéssemos mais dinheiro para a saúde, iríamos empilhar cadáveres. Mas eu esperava mais’’, disse Darcísio Perondi (PMDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Saúde.

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